O general Robert Cone, comandante geral adjunto das operações dos EUA no Iraque, disse que o grupo islâmico sunita parece determinado a continuar os ataques contra os cristãos, depois de um cerco a uma catedral católica, há dois meses.
"A Al Qaeda mudou de estratégia e decidiu atacar cristãos em suas casas", disse Cone em entrevista à Reuters, acrescentando que não havia nenhuma informação da inteligência sobre ataques contra outras minorias no país.
Uma série de ataques a bomba contra as casas de cristãos minoritários na última quinta-feira em Bagdá matou duas pessoas e feriu pelo menos 16. As explosões se seguiram a um atentado, em 31 de outubro, a uma catedral católica síria na capital do Iraque, que deixou 52 pessoas mortas.
O grupo Estado Islâmico do Iraque, afiliado local da Al Qaeda, disse que os cristãos iraquianos deverão sofrer novos ataques, a menos que pressionem a igreja cristã do Egito para que liberte mulheres, que, segundo o grupo, foram presas pela igreja depois que se converteram ao Islã.
No dia de Ano Novo, uma explosão em frente a uma igreja na cidade portuária egípcia de Alexandria matou 23 pessoas. Radicais islâmicos estão conclamando há meses por ataques contra a igreja copta – os católicos do Egito – em sites jihadistas.
Cone disse que as forças de segurança iraquianas estão apreensivas e aumentaram o nível de proteção para os cristãos. As tropas dos EUA devem se retirar do Iraque até o final de 2011, mais de oito anos após a invasão.
"Há 144 igrejas no Iraque e eles (as forças de segurança iraquianas) têm ajudado a colocar barreiras e proteções contra explosões", disse.
"Despacharam patrulhas adicionais de segurança e policiais e, em alguns casos, ajudaram na criação de vigilância comunitária em áreas de moradores cristãos".
Os cristãos do Iraque já chegaram no passado a totalizar cerca de 1,5 milhão de pessoas, mas agora acredita-se que há menos de 850 mil, em uma população total de 30 milhões de habitantes.
Cerca de mil famílias cristãs, ou seis mil pessoas, fugiram para a região curda do norte do Iraque, ou para países vizinhos da região, desde o ataque à catedral, informou a ONU no mês passado.
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