Francisco interrompeu discurso preparado para falar aos jovens “com o coração”
Da Redação, com Rádio Vaticano
Rezar pela reunificação da única família da Coreia, feita de irmãos que falam a mesma língua. Este foi o convite deixado pelo Papa Francisco aos jovens que participam da Jornada da Juventude Asiática, que se encontraram com ele nesta sexta-feira, 15. Uma hora e meia de entusiasmo e de grande atenção às palavras do Papa, que interrompeu o discurso preparado (lido pela metade em inglês) pedindo permissão aos jovens para falar em italiano, o idioma que lhe permite falar com o coração.
“A culpa da divisão entre as duas Coreias é de uma só parte? Se Deus me pede para segui-lo em uma vocação e eu sinto outra coisa, isto é uma tentação ou não?” Perguntas feitas pelos jovens ao Papa, que não os desiludiu.
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A primeira resposta foi para a jovem que está dividida entre seguir a voz que a impele à consagração religiosa ou uma outra que a leva ao laicato. Segundo Francisco, este é um conflito aparente, porque quando Deus chama sempre é para fazer o bem, seja na vida consagrada ou na vida de leigo.
“Mas o escopo é o mesmo: adorar Deus e fazer o bem aos outros (…) Mas você não deve escolher nenhum caminho! O Senhor deve fazê-lo! Jesus tem a escolha! Você deve ouvi-Lo e pedir: ‘Senhor, o que devo fazer?’”.
Francisco também mostrou atenção para com uma jovem que lhe recordou a existência de mártires cambojanos, pessoas, porém, ainda desconhecidas. Ele ressaltou que há sim santos no Camboja, e muitos, mas a Igreja ainda não os reconheceu, não os beatificou, não canonizou ninguém.
“Eu te prometo que me ocuparei disso quando voltar pra casa, de falar com o encarregado destas coisas, que é um bravo homem e se chama Angelo… e pedirei a ele que faça uma busca sobre isto para levar adiante”.
Angelo é o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. O empenho do Papa para com o assunto foi aplaudido pelos jovens.
Sobre a pergunta de uma jovem com relação à divisão da Coreia – qual o sentido do ódio que divide as Coreias? – Francisco foi claro: não há duas Coreias; há uma, mas está dividida, a família está dividida.
“Antes de tudo, o conselho: rezar, rezar pelos nossos irmãos do Norte. ‘Senhor, somos uma família, ajuda-nos, ajuda-nos à unidade, Tu podes fazê-lo. Que não haja vencedores nem vencidos, somente uma família, que haja somente irmãos’. Francisco pediu, em seguida, um momento de oração silenciosa pela reunificação das Coreias, tendo seu convite acolhido pelos jovens.
Depois, Francisco falou da esperança. “Há tantas esperanças, mas há uma bela: a Coreia é uma, é uma família. (…) Pensem em vossos irmãos do Norte: eles falam a mesma língua e quando em uma família se fala a mesma língua, há também uma esperança humana”.
Concluindo, o Santo Padre deixou aos jovens uma reflexão inspirada na parábola do Filho Pródigo, confirmando a certeza que é a pedra angular do seu Pontificado, isso é, que Deus é misericórdia e paciência infinita.
“Nenhum de nós sabe o que esperar na vida. Nós podemos fazer coisas ruins, muito ruins, mas, por favor, não se desesperem, sempre há o Pai que nos espera! Voltar! Voltar! Aquela é a palavra. Come back! Voltar pra casa, porque me espera o Pai. E se eu sou muito pecador, fará uma grande festa. E a vós, sacerdotes, por favor, abracem os pecadores e sejam misericordiosos”.
Neste domingo, 17, às 20h30, acompanhe na TV Canção Nova um programa especial com o resumo da viagem do Papa à Coreia do Sul.
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