No deserto do Atacama, no Chile, a chuva trouxe vida e cor. Mais de duzentas espécies floresceram, transformando a paisagem árida em um espetáculo da natureza que revela a presença divina e renova, no coração humano, a esperança de um novo tempo.
Veja na crônica de Adilson Sabará
Imagens da Reuters
Aridez interior, sensação de vazio e falta de intimidade com Deus. No deserto da alma não há a mesma percepção da presença divina. O coração clama por chuva de bênção. Em muitas situações, a natureza reflete a sequidão do ser humano.
No deserto do Atacama, no Chile, o mais seco do mundo, um manto raro de flores transforma a paisagem. “O deserto florido é um fenômeno que não acontece todo o ano”, disse o visitante. “Então, fizemos questão de aproveitar essa temporada”, completou o visitante, Alan Martinez.
As chuvas no final do inverno fizeram florescer diferentes espécies nativas e também de outras regiões. São mais de 200 espécies ligadas a esse fenômeno. Elas florescem e depois retornam ao estado natural em que estavam antes das chuvas. “É lindo. É algo que devemos proteger”, disse Ronald. “Estamos felizes por estar aqui”, contou o visitante, Ronalda Lagos.
O inverno no coração humano parece fazer da alma um deserto que clama por água viva, de orações, de presença, de gestos concretos que demonstram as surpresas vindas com a primavera. “Tomem precauções,” diz o arqueólogo, “especialmente quando o deserto estiver florido, é a parte mais bonita e visível desse processo”, concluiu o arqueólogo, Jose Castelleti.
A floração do Atacama é imprevisível e se tornou tanto uma maravilha da natureza quanto um lembrete do frágil equilíbrio do deserto da alma humana. Que na singeleza da primavera amigos e familiares possam caminhar entre os campos de flores multicoloridas do coração.