Em uma decisão inédita, o Ministério da Saúde ampliou o acesso à mamografia pelo SUS. Agora, mulheres a partir dos 40 anos já podem fazer o exame mesmo sem sintomas. A mudança pode salvar vidas ao permitir o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Reportagem de Vanessa Anicio e Vitor Ferreira
“Em 2011, em abril e maio, eu senti o nódulo. Eu fiz a mamografia, que eu já fazia os exames e aí eu senti nódulo nessa época”, falou a administradora, Ana Carolina Queiroga.
Aos 35 anos, Ana Carolina recebeu o diagnóstico de câncer de mama. “Foi bem pesado. Eu acho que eu jovem, com uma vida, querendo ser mãe, estudando. Então assim, para mim na época foi bem difícil”, lembrou ela.
Assim como Ana, milhares de brasileiras enfrentam a doença ainda jovens. Para responder a essa realidade, o Ministério da Saúde atualizou a recomendação para os exames de rastreamento.
Agora, o SUS passa a oferecer mamografia a mulheres a partir dos 40 anos, mesmo sem sintomas. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 23% dos casos de câncer de mama no Brasil são diagnosticados em mulheres entre 40 e 49 anos. Com a nova medida, a expectativa é aumentar o diagnóstico precoce e salvar mais vidas.
“Quanto mais precoce, quanto mais inicial nós encontrarmos, detectarmos a doença câncer de mama, mais efetivo é o tratamento, menos agressivo e maiores são as chances de cura da doença quando você faz o diagnóstico precoce. E sempre lembrando que a mamografia é a principal ferramenta que nós temos para fazer o diagnóstico precoce do câncer de mama”, explicou o mastologista, Clécio Lucena.
A nova recomendação também amplia a faixa etária máxima para 74 anos. O especialista reforça que a mamografia deve estar sempre associada ao acompanhamento médico regular para avaliação mais detalhada de possíveis alterações. Histórico familiar e fatores de risco também precisam ser considerados.
“Se uma mulher tem alguma alteração na mama, um nódulo, uma secreção, uma alteração estrutural, ela sai da categoria de mamografia de rastreamento e ela entra na chamada mamografia diagnóstica. Para a mamografia de diagnóstico, que é para esclarecer alguma alteração, a gente ignora a questão idade e aí passa a fazer a mamografia em qualquer faixa etária”, retomou ele.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e também o que mais causa mortes. Mas com informação, acesso e diagnóstico precoce, essa história pode mudar. “O diagnóstico precoce salva vidas. Foi igual o meu caso. Se eu não tivesse visto, sentido, talvez eu nem estaria aqui para contar minha história hoje”, concluiu Ana.




