A notícia da apresentação da renúncia do Papa Bento XVI nesta segunda-feira, 11, surpreendeu o Brasil e o mundo. O anúncio foi feito pelo próprio Papa, durante a sessão do Consistório convocado para aprovar três causas de canonização. A renúncia ofical será no dia 28 de fevereiro, data a partir da qual a sede de Roma ficará vacante e deverá ser convocado novo Conclave.
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Desde a divulgação da notícia, o clero tem se manifestado com relação ao assunto. O bispo da diocese de Lorena (SP), Dom Benedito Beni dos Santos, disse que recebeu a notícia com perplexidade, mas ao mesmo tempo com muita admiração em relação ao gesto do Santo Padre. "Como nós sabemos, o Papa é o Sucessor de Pedro, é o pastor da Igreja universal e é o fundamento visível da Igreja, de modo que um fato como este é um fato muito extraordinário e que vai ter consequências para o futuro da Igreja. Então recebi (a notícia) com perplexidade, mas a minha admiração pelo Papa aumentou ainda mais".
Dom Beni esteve com Bento XVI em Roma em outubro do ano passado, por ocasião do Sínodo dos Bispos. Para ele, a apresentação da renúncia é um sinal de humildade do Papa, que sempre foi uma pessoa muito humilde, além de sinalizar o desprendimento de Bento XVI em relação ao cargo importante que ele ocupa. "É um sinal, vamos dizer, daquela pobreza espiritual anunciada na primeira das bem-aventuranças: "Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus". Pobre de espírito é a pessoa que confia inteiramente em Deus e, portanto, é desprendida, e o Papa deu seu testemunho de vida: total desprendimento do cargo importante que ele ocupava e essa confiança absoluta em Deus que é o fundamento de tudo".
Aos 85 anos, Bento XVI é o quarto pontífice a renunciar. Antes dele, também renunciaram ao ministério de Bispo de Roma Ponciano, em 235; Celestino V, em 1294 e Gregório XII, em 1415.