Alerta Humanitário

Milhões de iraquianos deslocados e refugiados

O Alto-Comissário da ONU para os Refugiados pediu ontem à comunidade internacional solidariedade “urgente e significativa” para milhões de iraquianos refugiados e deslocados vítimas do conflito no Iraque.

As necessidades consideráveis dos iraquianos e os desafios que enfrentam os países que os acolhem requerem uma acção urgente e significativa da comunidade internacional e um partilhar de um fardo que esse acolhimento implica, afirmou António Guterres.

Na sessão de abertura da conferência de dois dias, em Genebra, sobre a situação dos quatro milhões de refugiados e deslocados iraquianos no Iraque e nos países vizinhos o responsável da ACNUR pediu “apoio financeiro, económico e técnico”. “A dimensão humana do problema já não pode ser ignorada”, alertou o antigo primeiro-ministro português.

“Quase quatro milhões de pessoas estão hoje de olhos postos em nós. As suas necessidades são tão óbvias como o imperativo moral de os ajudarmos”, disse, avivando consciências: “Todos nós – representantes de governos, organizações internacionais e a sociedade civil – estamos agora obrigados a agir”.

Dirigindo-se aos mais de 450 delegados de 60 países, 37 organismos internacionais e 64 organizações não-governamentais que participam no encontro, Guterres referiu que apesar de o Iraque ser um dos países em conflito com maior atenção da comunicação social, é também o que menos compreensão atrai para a crise humanitária.

Desde a invasão do Iraque pelas forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos, em 2003, e os posteriores confrontos entre diversos grupos étnicos e religiosos, dois milhões de iraquianos abandonaram o país para se refugiarem na Síria, Jordânia, Egipto, Irão, Líbano e Turquia.Guterres sublinhou “a amplitude do problema por si mesmo: é o deslocamento mais importante conhecido Médio Oriente desde os trágicos acontecimentos de 1948”.

A violência sectária causou mais 1,9 milhões de deslocados iraquianos no interior do país, tendo outros dois milhões fugido para o exterior. Nesse contexto, referiu como “igualmente preocupante” a situação dos palestinianos no Iraque, que tem sido “alvo dessa violência, com 600 vítimas até ao momento e mais de 15 mil pessoas sem capacidade de abandonar o país”. “Esta conferência é apenas um primeiro passo para que esperamos que venha a ser um diálogo sustentado e uma resposta abrangente e coordenada para a crise humanitária no Iraque”, rematou.
 

 

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