A crescente desertificação que atinge o Planeta, além de um problema ecológico mundial, provoca o aumento da pobreza e das migrações em todo o mundo. O fenômeno atinge, sobretudo, a região da América Latina e do Caribe.
Segundo a Comissão Econômica para América Latina (CEPAL), da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 50% da terra dessa região está degradada, o que potencia um círculo vicioso nas zonas rurais: excessiva exploração do solo, degradação, maiores exigências para produzir e, conseqüentemente, mais pobreza, insegurança alimentícia e migrações.
Um estudo realizado pela CEPAL afirma que, no Brasil, Peru, Chile, Venezuela, Bolívia, Colômbia, México, Paraguai, Argentina, Equador, Guianas, Suriname e Belize, de 91% a 93% das terras sofrem algum tipo de degradação. "Atualmente, esse processo de degradação do solo afeta, de um modo ou de outro, 1,2 bilhões de pessoas em todo o Planeta: pessoas que vivem, fundamentalmente, da agricultura e da pecuária. Destas, mais de 200 milhões sofrem diretamente as conseqüências da desertificação, a ponto de ter de abandonar suas terras e emigrar para outras zonas" _ disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
No Dia Mundial de Luta Contra a Desertificação, celebrado no dia 17 do corrente, a Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação, aprovada há 13 anos, alertou para a importância de promover a adoção de medidas concretas, através de programas inovadores em nível local, nacional, sub-regional e regional, e de associações internacionais de apoio.
Um dos incentivos da ONU para os países que ainda não têm programas ou políticas de recuperação do solo veio através do concurso "Experiências em inovação social", organizado pela CEPAL e pela Fundação Kellogg's, que premiou três iniciativas locais, cuja aplicação está melhorando a vida das pessoas que delas se beneficiam.