No Ângelus deste domingo, 12, em Castel Gandolfo, o Papa Bento XVI refletiu sobre o Evangelho do dia, no qual São Lucas narra as três parábolas da misericórdia.
Quando Jesus fala do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que busca a dracma e do pai que vai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não são apenas palavras, elas constituem a explicação de seu próprio ser e agir" (cf. Encíclica Deus caritas est, 12), observou o Papa.
De fato, continuou, o pastor que encontra a ovelha perdida é o próprio Senhor que assume sobre si, com a Cruz, a humanidade pecadora para redimi-la. Além disso, na terceira parábola, o filho pródigo é um jovem que, obtida a herança do pai, "parte para um país distante e lá gasta o seu patrimônio vivendo de modo dissoluto" (Lc 15, 13).
O Pontífice continuou recordando os passos da conhecida parábola que preparam a volta do filho pródigo à casa paterna, destacando o modo misericordioso como o filho é acolhido pelo pai, que, cheio de alegria, com festa celebra o seu retorno.
Dito isso, o Santo Padre ressaltou: "Caros amigos, como não abrir o nosso coração à certeza de que, mesmo sendo pecadores, somos amados por Deus? Ele jamais se cansa de vir ao nosso encontro, percorre sempre por primeiro o caminho que nos separa d'Ele."
Bento XVI frisou que o livro do Êxodo nos mostra como Moisés, com súplica confiante e audaz, conseguiu, por assim dizer, fazer com que Deus passasse do trono do juízo ao trono da misericórdia (cf. 32, 7-11.13-14).
"O arrependimento é a medida da fé e graças a ele se retorna à Verdade", observou o Papa, citando, em seguida, o que escreve o Apóstolo Paulo: "Obtive misericórdia, porque agi por ignorância, na incredulidade" (1 Tm 1, 13).
Voltando à parábola do filho que retorna "para casa", notamos que quando o filho mais velho aparece indignado pelo acolhimento festivo reservado ao irmão – observou o Pontífice – é sempre o pai que vai ao encontro deste a suplicá-lo: "Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu" (Lc 15, 31).
"Somente a fé pode transformar o egoísmo em alegria e restabelecer relações justas com o próximo e com Deus" – observou o Papa.
"Era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado", completou, citando Lc 15, 32.
Em seguida, o pensamento do Papa voltou-se para a sua XVII viagem apostólica internacional, que na próxima quinta-feira o levará ao Reino Unido:
"Peço a todos que me acompanhem com a oração nessa viagem apostólica. Confiemos à Virgem Maria, cujo nome santíssimo hoje celebramos na Igreja, o nosso caminho de conversão a Deus."
Na saudação, em várias línguas, aos diversos grupos de fiéis presentes, o Santo Padre, dirigindo-se aos francófonos, recordou sua visita ao Reino Unido.
Ressaltando a sua satisfação em visitar esse grande país, destacou que ali presidirá à cerimônia de beatificação do Cardeal John Henry Newman.
"Que a sua personalidade e o seu ensinamento sejam para a nossa época e para o ecumenismo uma fonte de inspiração à qual todos nós possamos recorrer."
Por fim, o Pontífice evocou aos peregrinos de língua espanhola a figura do frade Leopoldo de Alpandeire, no século, Francisco Sánchez Marquez, beatificado hoje em Granada, na Espanha:
"A vida deste simples e austero religioso capuchinho é um canto à humildade e à confiança em Deus e um modelo luminoso de devoção a Nossa Senhora."
Bento XVI concedeu a todos a sua Bênção Apostólica.
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