Noivas falam sobre desafios de economizar com o casamento; cerimônia religiosa é a prioridade dos casais
Denise Claro
Da redação
Mês de maio é mês das mães, mês mariano e mês das noivas. Quem vai se casar deve se preocupar, além de tantos detalhes, com os gastos de um casamento. Há quem diga que se casar na Igreja é caro. Mas será que os custos mais altos estão mesmo no casamento religioso?
A administradora Marielle Galvan vai se casar em agosto. Ela e o noivo se organizam desde que tomaram a decisão, no ano passado. “A gente namora faz tempo, mas como não tínhamos data marcada para o casamento, não guardávamos dinheiro para essa finalidade. Assim que marcamos a data, começamos a guardar nossos salários. Nossos pais também nos ajudaram.”
Ao começar a pesquisar, Marielle tomou um susto ao ver os preços de cada item.
“As pessoas estão se aproveitando de quem tem por vocação o casamento. Fizeram disso um comércio, uma indústria. Ao ligar para fazer a cotação, é só você falar que é para noiva ou para casamento que o valor superfatura. Quando se trata de casamento, as empresas triplicam o valor do buffet, das fotos, do local, de tudo. Tudo muda. Eu fiquei chocada com o custo das coisas.”
A carioca Bianca Radomski e o noivo se casam em outubro e estão vivendo a mesma situação. “A gente não se organizou financeiramente para casar, mas como a gente já namorava há 6 anos e meio, decidimos dar o passo. Casar é caro porque envolve vários custos. Não é só a Igreja. O que encarece é o aluguel do vestido, convites, flores, música, fotos, carro, e a soma disso tudo é exorbitante, mesmo que você pesquise muito, porque os preços são bem parecidos.”
Maria Lucia Elvas, que atua na Pastoral Familiar da Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Niterói, destaca que, para a Igreja o mais importante é o Sacramento do Matrimônio.
“A Igreja pede que o casal se prepare bem para o casamento, e o Curso de Noivos ajuda nessa preparação. São palestras, dinâmicas, conversas a dois, testemunhos de outros casais que os auxiliam a esclarecer o que é essencial, também nessa questão financeira.”
Em relação aos custos com a Igreja, Maria Lucia esclarece: “Toda paróquia tem uma taxa para o processo e outra para o celebrante, mas normalmente é um valor razoável. O que torna a cerimônia mais cara é justamente os outros itens que o casal acrescenta como ornamentação, filmagens e músicos. Se um casal não tem recursos financeiros para se casar, deve procurar o sacerdote de sua paróquia e conversar. Neste caso, poderá ter seu casamento sem custo, pois todo cristão tem o direito ao Sacramento Matrimonial.”
Há ainda opções que ajudam os casais que não tem condições financeiras, como os casamentos comunitários em algumas paróquias, e a opção de isenção de taxa do cartório, bastando apresentar uma declaração de pobreza.
A solução é priorizar
Com tantos gastos, os noivos precisam decidir o que priorizar.
“Após toda a pesquisa e cotação de preços, decidimos dar prioridade aos gastos com a preparação da nossa casa, fazendo uma recepção mais simples. Para nós o mais importante era nos casar na Igreja, que em comparação com todo o restante, não ficou tão caro. Gastei mais com o casamento no civil do que com o religioso.”, esclareceu Marielle.
Bianca também precisou fazer opções: “Escolhemos nos casar no civil e na Igreja em uma capela pela manhã. Mas não vamos fazer recepção, porque tivemos que optar entre a festa e a viagem. O mais importante para nós é a celebração, afinal, só se casa uma vez na vida.”