Pastoral da Estrada

Meninos da rua e escravas sexuais entre as prioridades da Igreja

O novo documento do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI) apresenta as realidades da prostituição e dos meninos de rua como prioridades na ação da Igreja, perante as mudanças da sociedade atual.

As "Orientações para a Pastoral da Estrada", apresentadas hoje em conferência de imprensa, classificam a prostituição como "uma forma de escravidão, uma ofensa à dignidade humana e uma grave violação dos direitos fundamentais", afirmando que "é hora de condenar com vigor" todas as formas de violência sexual contra as mulheres, "dando vida a instrumentos apropriados de defesa".

"No início do terceiro milénio, não podemos continuar impassíveis e resignados diante deste fenômeno", observa o documento, no qual se pede "uma verdadeira mudança cultural em relação ao comércio sexual". Além disso, defendem-se alterações do código penal, para penalizar quem abusa e utiliza a prostituição, associando-o à "condenação social coletiva".

O secretário do CPPMI, Arcebispo Agostino Marchetto, deu como referência, neste ponto, o ordenamento jurídico da Suécia, onde se encontram punições para os clientes.

O texto explica que também o "cliente" das prostitutas é de um certo modo um "escravo", uma pessoa que "deve ser ajudada a resolver os seus problemas mais íntimos e a encontrar modos coerentes de orientar as suas tendências sexuais".

O documento, para além do noticiado "decálogo do condutor", aborda as situações dos meninos de rua e dos sem-abrigo. Retomando reflexões realizadas ao longo dos últimos anos, o Vaticano aponta para o drama de cerca de 100 milhões de meninos de rua, "uma verdadeira urgência social", que resulta da desagregação da família ou de comportamentos "violentos e mesmo perversos" entre as crianças.

Procurando respostas, a Igreja é desafiada a passar de uma "pastoral da espera" a uma "pastoral do encontro", indo ao encontro dos jovens onde eles se encontram, incluindo as zonas "mais quentes" das metrópoles.

Quanto aos sem-abrigo, o CPPMI lamenta que os pobres "já não suscitem compaixão" e pede que a Igreja "vá ao encontro das pessoas sem morada fixa", para combater o isolamento em que vivem.

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