Vaticano

Menina de seis anos poderá ser a mais nova beata da Igreja

A Igreja Católica poderá ter, em breve, a sua mais jovem beata (não-mártir) de todos os tempos: Antonia Meo, conhecida na Itália como "Nennolina", morreu com apenas seis anos e meio, em Julho de 1937, mas viveu tempo suficiente para ver reconhecidas as suas "virtudes heróicas" por Bento XVI.

O decreto foi promulgado esta manhã, 17, pelo Papa, que recebeu em audiência o Cardeal Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

As primeiras crianças não-mártires a serem beatificadas pela Igreja Católica foram os Pastorinhos Francisco e Jacinta, em Fátima, no ano 2000.

Pio XI, em 1937, proibira a Congregação do Vaticano que aborda os processos de beatificação e canonização de investigar quaisquer causas de crianças não-mártires, por entender que eram incapazes da prática de "virtudes heróicas". Esta situação foi alterada 1981, muito por causa da devoção aos Videntes de Fátima que se espalhara por todo o mundo, quando o Vaticano estudou, num plano de princípios, a possibilidade da beatificação e canonização de crianças não-mártires.

"Nennolina" viu ser-lhe amputada uma perna, na sequência de um osteosarcoma, distinguindo-se neste período de sofrimento por ter escrito centenas de cartas a Jesus, Maria, Deus Pai e o Espírito Santo, que revelavam "uma vida de união mística verdadeiramente extraordinária".

Na audiência desta manhã, o Papa aprovou os decretos sobre milagres que abrem caminho a seis novas beatificações (dois sacerdotes e quatro religiosas). Além destes, Bento XVI deu o seu aval aos decretos que reconhecem as virtudes heróicas de oito católicos.

Processo de santidade

A tramitação do processo de santidade de um católico falecido com fama de santidade passa por etapas bem distintas. Cinco anos após a sua morte, qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo, através de um postulador, constituído mediante mandato de procuração e aprovado pelo bispo local.

Juntam-se os testemunhos e pede-se a permissão à Santa Sé. Quando se consegue esta permissão, procede-se ao exame detalhado dos relatos das testemunhas, a fim de apurar de que forma a pessoa em questão exercitou a heroicidade das virtudes cristãs.

Aos bispos diocesanos compete o direito de investigar acerca da vida, virtudes ou martírio e fama de santidade ou de martírio, milagres aduzidos, e ainda, se for o caso, do culto antigo do Servo de Deus, cuja canonização se pede.

Este levantamento de informações é enviado à Santa Sé. Se o exame dos documentos é positivo, o "servo de Deus" é proclamado "venerável".

A segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do "venerável". Se um deste milagres é considerado autêntico, o "venerável" é considerado "beato". Quando após a beatificação se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, então o beato é proclamado "santo".

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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