Cerca de 24% dos médicos britânicos se negam a autorizar seus pacientes à prática do aborto, já que consideram que essa intervenção deveria ser ilegal no país.
Segundo uma pesquisa publicada no jornal especializado Pulse, apenas um a cada cinco médicos acredita que o aborto deveria ser legal no país.
Além disso, 55% dos 309 médicos entrevistados afirmaram que gostariam de ver reduzido o limite de 24 semanas de gestação para que uma mulher possa se submeter ao aborto.
Segundo as atuais leis britânicas, uma mulher pode realizar um aborto apenas se tiver uma carta assinada por dois médicos.
Essa carta deve esclarecer que a paciente cumpre os critérios para interromper sua gestação. Segundo a pesquisa, 24% dos médicos se recusam a assinar essa carta por considerar que muitas mulheres não estão preparadas psicologicamente para o aborto.
O relatório gerou preocupação entre especialistas em saúde, como o doutor Robbie Foy, professor de medicina da Universidade de Newcastle, para quem o atual sistema de aborto "é uma loteria" para as mulheres.
Uma porta-voz do ministério da Saúde defendeu que caso um médico não esteja disposto a assinar a carta de autorização, ele "deve explicar sua decisão à paciente, que tem o direito de visitar outro especialista".