Foram salvas 234 pessoas, sendo 57 crianças deste total; a França receberá um terço, Alemanha outro terço e o restante dividido entre as comunidades da União Europeia
Da redação, com Reuters
A França informou nesta quinta-feira, 10, que permitiu que o navio de uma ONG, carregando 200 migrantes resgatados no Mediterrâneo, a atracar no porto de Toulon, após tensas e longas negociações com a Itália, cuja atitude foi duramente criticada por autoridades francesas.
A SOS Mediterranee, uma ONG que ajuda migrantes com o navio Ocean Viking, disse que quatro pessoas — três migrantes e um membro da tripulação — foram evacuados do navio pelas autoridades marítimas francesas por motivos de saúde.
Discussões
A imigração é um assunto polêmico em ambos países, e o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, disse que a proibição do governo de direita da Itália ao barco, que estava preso na Itália há dias, era “incompreensível” e “egoísta”.
Havia 234 pessoas a bordo, incluindo 57 crianças. A França receberá cerca de um terço, a Alemanha outro terço e o restante será dividido entre outros países da União Europeia, disse Darmanin, enfatizando que aqueles que não se qualificarem para asilo serão expulsos.
Leia mais
.: Papa: Acolhamos, acompanhemos, apoiemos e integremos os migrantes
O navio estava navegando na quinta-feira, 11, pela ilha francesa da Córsega, de acordo com o aplicativo rastreador MarineTraffic, mas estava príximo à Itália antes disso. A embarcação estava programada para chegar a Toulon na sexta-feira, 11.
Um total de quatro navios de caridade que transportam cerca de mil imigrantes ficaram presos na Itália nos últimos dias, com o governo requisitando que Alemanha e Noruega a se encarregarem deles.
Três desses navios acabaram aportando na Itália. O Ocean Viking foi o quarto.
Trabalho humanitário questionado
O governo da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni acusou navios de caridade de atuarem como um serviço de táxi de fato para imigrantes que buscam uma vida melhor na Europa e os ameaçou com multas.
Com a política francesa se direcionando à direita e o Rally Nacional (RN) de extrema-direita sendo o segundo maior grupo na câmara baixa do Parlamento, o governo centrista do presidente Emmanuel Macron também está sob pressão com relação à imigração.