Tensão

Jerusalém recebe panfletos com ameaças aos cristãos

Os panfletos contendo ameaças aos cristãos de Jerusalém estão assinados por uma organização autodenominada “Estado Islâmico na Palestina”

Da redação, com Rádio Vaticano

Na última quinta-feira, 25, foram encontrados, em alguns bairros árabes, na parte oriental da Cidade Santa, alguns panfletos contendo ameaças aos cristãos de Jerusalém e assinados por uma organização, até então desconhecida, que se autodenomina “Estado Islâmico na Palestina”. Os panfletos têm a intenção de mostrar sua afiliação ou proximidade ao autodenominado Estado Islâmico.

De acordo com relatos da mídia israelense, nos folhetos, os quais também aparece o logotipo do autodenominado Estado Islâmico, os cristãos de Jerusalém são ameaçados de morte se não deixarem a cidade até o dia 18 de julho, dia em que se celebra a festa do Eid al Fitr, na conclusão do mês sagrado do Ramadã.

Na mensagem – que também contém ameaças contra o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas –, os cristãos são definidos “agentes de Israel”.

As reações da Igreja de Jerusalém

O comunicado de intimidação contida nos panfletos causou reações imediatas do Patriarca emérito de Jerusalém dos Latinos, Dom Michel Sabbah, e do Arcebispo de Sebastia, Dom Theodosios, do Patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém.

“Ninguém sabe quem distribuiu os panfletos”, declarou o diretor-geral da Caritas de Jerusalém, Padre Raed Abusahliah. Ele acrescenta dizendo que “francamente, nós não sentimos a pressão sobre nós desses grupos de desvairados, mas, certamente, o episódio espalhou preocupação entre alguns cristãos. Alguns se perguntam: ‘Como é possível que esses loucos tenham chegado até aqui?’”.

Os muçulmanos também condenam ameaças jihadistas

Padre Raed destaca que “as reações dos muçulmanos chegaram antes das dos cristãos e muitos líderes muçulmanos condenaram as ameaças dos panfletos e disseram que eles serão os primeiros a defender seus irmãos cristãos, se acontecer alguma coisa; enquanto muitos fiéis cristãos disseram que jamais deixarão a terra de Cristo, onde nasceram, qualquer que seja a ameaça”.

O Diretor da Caritas Jerusalém também observou que essas siglas e esses grupos podem ser apoiados e infiltrados por forças que agem nas sombras, como também está acontecendo no Iraque e na Síria.

“Talvez, agora, alguns queiram mostrar que os cristãos são frágeis e precisam de algum tipo de proteção, obviamente não desinteressada”, conclui.

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