mudança de postura

Itália autoriza desembarque de navio com 82 imigrantes

Barco Ocean Viking pertence às ONGs MSF e SOS Mediterranée; decisão é uma mudança de postura de Roma em relação à crise imigratória

Ansa

/Foto: Reprodução Reuters

Após negar o pedido de dezenas de navios de resgate no Mar Mediterrâneo, o governo da Itália autorizou neste sábado, 14, o desembarque de 82 imigrantes que estavam há seis dias a bordo da Ocean Viking, barco que pertence às ONGS SOS Mediterranée e Médicos Sem Fronteiras (MSF).

A Itália decidiu ofereceu o porto da ilha de Lampedusa, no sul do país, mas os imigrantes serão transferidos com botes das autoridades italianas para a terra firme e, depois, distribuídos pela União Europeia (UE). Com isso, a Ocean Viking não atracará na ilha.

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Mesmo assim, a decisão é uma mudança de postura de Roma em relação à crise imigratória. Entre meados de 2018 e julho de 2019, vigorou na Itália uma política restritiva que proibia qualquer navio ou ONG de desembarcar imigrantes. Foram aprovadas duas leis, chamadas de “decreto de segurança” e “decreto de segurança bis”, para negar os acessos.

A política restritiva tinha sido elaborada e era defendida pelo líder do partido nacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, que ocupava o posto de ministro do Interior. No entanto, com o fim da aliança de governo entre a Liga e o Movimento 5 Estrelas (M5S), a Itália tem sinalizado que passará a aceitar novamente as embarcações com imigrantes e tentará pedir cooperação na União Europeia para resolver a crise.

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“O governo oferece um porto seguro para o navio Ocean Viking, e os imigrantes serão acolhidos por vários países europeus. É o fim da propaganda de Salvini às custas dos náufragos. A política e as boas relações internacionais para resolver o problema da imigração voltaram”, celebrou Dario Franceschini, um dos líderes do Partido Democrático (PD), que hoje em dia forma governo com o M5S.

Já Salvini, por sua vez, criticou a decisão. “eles são loucos”, disse, referindo-se aos membros do governo e voltando a alertar que a Itália não é o “campo de refugiados” da Europa.

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