“Em comunhão com todas as Igrejas e comunidades cristãs” e juntamente com “todos os que veneram o Nome de Deus e O procuram em sinceridade de consciência e todos os homens de boa vontade”, Bento XVI, “com imensa confiança”, invoca de “Deus, Criador e Pai”, o dom da paz.
Recebendo nesta quinta-feira, no Vaticano, os participantes na Assembleia anual da ROACO (Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais), o Papa saudou nomeadamente os prelados orientais presentes (entre os quais o patriarca católico de Bagdad e outros bispos do Iraque, Terra Santa e Turquia, e respectivos Núncios apostólicos), partilhando o seu “pesar e preocupação pela delicada situação em que se encontram mergulhadas vastas áreas do Médio Oriente”.
Infelizmente continua a ser largamente ofendida a tão implorada e esperada paz. É ofendida no coração dos indivíduos e isso compromete as relações interpessoais e comunitárias. A fragilidade da paz agrava-se ulteriormente em razão de antigas e novas injustiças. E assim extingue-se a paz, deixando espaço à violência, que muitas vezes degenera em guerra mais ou menos declarada, ao ponto de constituir, como nos nossos dias, um preocupante problema internacional.
Juntamente com cada um de vós, sentindo-me em comunhão com todas as Igrejas e comunidades cristãs, mas também com todos os que veneram o nome de Deus e procuram em sinceridade de consciência, e todos os homens de boa vontade, desejo tocar novamente à porta do coração de Deus, Criador e Pai, para pedir com imensa confiança o dom da paz.
Toco (também) à porta do coração daqueles que têm responsabilidades próprias, para que adiram ao grave dever de garantir a paz a todos, indistintamente, libertando-a da doença mortal da discriminação religiosa, cultural, histórica e geográfica. / Que a terra reencontre, com a paz, a sua vocação e missão de “casa comum” para todos os povos e nações, graças ao empenho partilhado de um diálogo sempre sincero e responsável.
Mais uma vez asseguro que a Terra Santa, o Iraque e o Líbano estão presentes, com a urgência e constância que merecem, na oração e na acção da Sé Apostólica e de toda a Igreja.