Uma delegação de índios da região amazônica da Raposa Serra do Sol, em Roraima, iniciaram nesta quarta-feira, 18, uma viagem pela Europa em campanha contra a impunidade e a violência e para reivindicar a manutenção dos direitos sobre suas terras.
Os índios exigem que o Supremo Tribunal Federal (STF) ratifique o decreto-lei de 2005, homologado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lei reconhece a posse da terra aos índios e expulsa os arrozeiros da sua área indígena. O STF suspendeu a retirada dos arrozeiros e está sob pressão para anular o decreto-lei.
A embaixada indígena passa agora pela Espanha, procurando recolher apoios para a sua causa. Os líderes indígenas Jacir José de Souza e Pierlângela Nascimento da Cunha, deixaram apelos para que "a lei seja respeitada".
"Vemos todos os dias como se discute no mundo todo questões como aquecimento global, a água, e nós estamos vendo tudo isso ser destruído na nossa terra", afirmou Pierlângela.
As lideranças manifestaram ao governo espanhol preocupação com a possibilidade de uma decisão que afetaria outros povos indígenas no Brasil.
As comunidades indígenas Macuxi, Wapixana, Taurepang, Patamona e Ingarikó passam por momentos de aflição, com anúncio de redução da terra indígena Raposa Serra do Sol, pelo STF, após de ter suspenso a retirada dos "ocupantes não índígenas" de sua terra.
A delegação passará por Portugal entre 3 e 7 de julho para apresentar a campanha "Anna Pata Anna Yan", isto é, "Nossa Terra, Nossa Mãe".
