Os imigrantes em situação irregular ou sem documentos não podem ser tratados como criminosos, defende o Vaticano. Segundo o secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes (CPMI), a dignidade humana está acima do "estatuto legal" e deve ser sempre respeitada.
O Arcebispo Agostino Marchetto falava na abertura do Fórum Global sobre as Migrações e Desenvolvimento, convocado pelo Governo da Bélgica, em Bruxelas, de 9 a 11 deste mês.
D. Marchetto propôs a resolução do problema das migrações irregulares "melhorando a cooperação internacional para desencorajar a clandestinidade com um maior número de canais legais para a imigração".
"Os imigrantes, além de serem respeitados, devem ver garantida a sua liberdade, o direito a viver dignamente, a receber um justo tratamento no trabalho, a ter acesso à educação e saúde e aos outros benefícios sociais, a desenvolver a própria capacidade, a crescer do ponto de vista humano, a manifestar livremente a sua cultura e a pôr em prática sua religião", disse o secretário do CPMI.
Por outro lado, os migrantes "têm o dever de respeitar a identidade e as leis do país no qual residem, de lutar por uma justa integração (não assimilação) na sociedade que os acolhe e de aprender a sua língua. Devem favorecer a estima e o respeito pelo país que os alberga, até chegar a amá-lo e defendê-lo''.
O Arcebispo Marchetto reiterou um pedido do Papa aos governos de todo o mundo para que ratifiquem a convenção internacional sobre a proteção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e das suas famílias.