Santa Sé

Igreja tira apoio à Anistia Internacional por promover aborto

Nada de financiamentos de organizações católicas à Anistia Internacional, após a guinada abortista da organização internacional de defesa dos direitos humanos. Foi o que anunciou o presidente do Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, numa entrevista ao semanário estadunidense "National Catholic Register".

O Cardeal Martino expressou profundo pesar pela tomada de posição da Anistia Internacional, ressaltando que, posicionar-se a favor da legalização da interrupção voluntária da gravidez representa uma traição às finalidades institucionais da própria AI.

A conseqüência inevitável de tal decisão – explicou o purpurado – será a suspensão de todo e qualquer financiamento à Anistia Internacional, por parte de organizações católicas.

O presidente do "Justiça e Paz" reiterou que não existe um direito de aborto internacionalmente reconhecido, como se deduz da Conferência da ONU sobre Populações e Desenvolvimento, realizada no Cairo em 1994. Foi em tal ocasião, recordou, que o aborto foi excluído como meio lícito de controle da natalidade.

A delegação da Santa Sé, naquela ocasião, era guiada justamente pelo Vardeal Martino, então arcebispo e observador permanente da Santa Sé na ONU, em Nova York.

Os lobbies abortistas – prosseguiu o Cardeal Martino, na entrevista – continuam sua propaganda, que se enquadra naquilo que João Paulo II chamava de "cultura da morte".

É extremamente grave – advertiu o cardeal – que uma organização benemérita como a Anistia Internacional, se dobre agora às pressões de tais lobbies.

O Cardeal Martino lamentou que tal guinada tenha sido impulsionada por algumas secções nacionais da Anistia. Daí, a necessidade, segundo o purpurado, de intensificar o compromisso – não apenas dos católicos, mas de todas as pessoas de boa vontade – em defesa do direito à vida, que deve ser garantido a todos os nascituros, sem absurdas distinções sobre quando seria justo ou injusto assassinar uma criança no seio materno.

A eliminação voluntária de toda e qualquer vida humana inocente – reiterou o cardeal – é sempre um delito e mina as bases do bem comum da família humana.

A secção italiana da Anistia Internacional reagiu às declarações do Cardeal Martino, precisando que jamais recebeu financiamentos do Vaticano ou de organizações que dependem da Igreja Católica.

Segundo a AI, o estatuto internacional da organização estabelece que a "Anistia Internacional é independente de governos, partidos políticos, Igrejas, confissões religiosas, organizações, entidades e ou grupos de todo e qualquer gênero, e desempenha suas atividades, prescindindo de toda e qualquer tendência que seja própria desses organismos. (RL/AF)

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