O papel crucial da Igreja Católica no processo de libertação dos prisioneiros políticos em Cuba foi ressaltado pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, em seu último editorial ‘Octava dies’.
“A liberação de 52 detentos políticos em Cuba, resultado do diálogo entre a Igreja e o governo, assim como a suspensão da greve de fome de Guillermo Fariñas, são uma boa notícia, que nos conduz a uma reflexão: o papel crucial assumido no processo de diálogo cubano do Cardeal Ortega y Alamino e de Dom Dionisio García, Presidente do Episcopado, foi possível graças ao fato evidente de que a Igreja Católica está profundamente enraizada no povo e é intérprete crível de seu espírito e expectativas”.
Padre Lombardi escreve que “a Igreja não é uma realidade alheia, não foge em tempos de dificuldade; carrega sofrimentos e esperanças, com dignidade e paciência, sem servilismo, mas também sem provocar tensões ou exaltar os ânimos; ao contrário, esforçando-se sempre em abrir caminhos à compreensão e ao diálogo”.
“De Roma, a Santa Sé acompanha e sustenta a Igreja local com sua solidariedade espiritual e autoridade internacional. Desde a viagem de João Paulo II, à recente visita do Cardeal-Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e de Dom Dominique Mamberti, incluindo os contatos diplomáticos no Vaticano sobre a situação em Cuba, a Santa Sé sempre se manifestou contrária ao embargo e solidária com os sofrimentos do povo; pronta a sustentar toda perspectiva de diálogo construtivo”.
“Que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba” – exortou João Paulo II em sua inesquecível viagem de 1998. Com paciência, importantes progressos foram realizados nesta direção. Todos queremos que se prossiga neste caminho” – concluiu.
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