Ignorando mais uma vez as demonstrações públicas de repúdio do Papa Bento XVI diante das seguidas nomeações de bispos sem consentimento do Vaticano, a Igreja Católica da China, subordinada ao governo de Pequim, anunciou que se prepara para ordenar pelo menos sete novos prelados. As datas para as ordenações , no entanto, ainda não foram definidas, pois requerem "um complicado trabalho preliminar" informou ao jornal China Daily o vice-presidente da Igreja Patriótica, Giuseppe Guo Jincai, reporta a agência Ansa.
A respeito da prática de ordenar e nomear bispos sem ordem expressa da Santa Sé, o porta-voz da Igreja Católica da China, Yang Yu, afirmou que elas são "necessárias" para a sobrevivência da igreja no país, alegando que a instituição ainda conta com aproximadamente 40 dioceses sem bispos. Não obstante, apesar das nomeações unilaterais, a Igreja Patriótica afirma "esperar poder melhorar sua relação com o Vaticano".
A relação entre a Santa Sé e a China começou a sofrer uma série de abalos no final de 2010, com a nomeação de Jincai como bispo católico. Em junho e em julho deste ano, mais dois outros sacerdotes receberam sua ordenação episcopal sem autorização do vaticano: respectivamente, o padre Paul Lei Shiyin, que foi nomeado bispo de Leshan, e o sacerdote Giuseppe Huang Bingzhang, que assumiu a diocese de Shantou.
Para piorar a situação, fontes chinesas denunciaram que diversos padres chineses ligados à autoridade do Vaticano foram forçados a participar de cerimônias de ordenação sem consentimento do Papa.