Igrejas e mosteiros ortodoxos em toda Moscou rezaram hoje pelas vítimas do Grande Terror, por ocasião do 70º aniversário do início das execuções em massa que aconteceram entre 1937 e 1938 na região de Butuvo, nos arredores da capital russa.
Naquele lugar – informa a agência AsiaNews – na época de Stalin, o Nkvd, a polícia secreta, fuzilava e enterrava os "inimigos do povo", neste caso sobretudo sacerdotes, religiosos e leigos de todos os credos, ortodoxos, católicos, hebreus, islâmicos e armênios.
A Fundação pública St. Andrew’s Flag, que trabalha em projetos de educação religiosa, organizou para esta ocasião o projeto "Sob a Estrela da Mãe de Deus". A iniciativa realizou uma procissão fluvial das Içhas Solovki a Butovo, dois dos tantos "Gólgotas russos", com a bênção do Patriarca de Moscou, Aléxis II.
O arquipélafo Solovki foi lugar de deportação para os opositores da ideologia comunista e em 1923 foi criado o primeiro núcleo daquele que mais arde seria conhecido com o nome de Gulag, o sistema de extermínio stalinista. De acordo com os números parciais publicados pelos arquivos da Lubjanka, em Butovo, só em 14 meses, foram mortas 20,675 pessoas. No total, de acordo com cálculos mais fidedignos, o Grande Terror causou a morte de mais de 700 mil pessoas.