A Igreja católica no México, através da Pastoral da Mobilidade Humana, está realizando, desde Maio passado, uma campanha contra o tráfico de pessoas – Escravidão do Séc. XXI. Escravidão que, segundo a Pastoral da Mobilidade Humana assume muitos rostos, "entre eles a exploração sexual, no trabalho, o tráfico de órgãos e a servidão sem respeito algum pelos direitos humanos".
A Pastoral da Mobilidade Humana tomou a iniciativa, considerando sobretudo o tráfico de ilegais na fronteira com os Estados Unidos da América, que ano após ano, faz entrar clandestinamente, meio milhão de mexicanos e provoca uma média de 500 mortes na tentativa de chegar ao "sonho americano".
O ponto de partida desta campanha foi a carta pastoral das conferências episcopais dos dois países, "Juntos no Caminho da Esperança: já não somos Estrangeiros". Nela, os bispos mexicanos e americanos faziam um apelo aos governos para que impedissem o tráfico de seres humanos com o fim de forçá-los a trabalhar ou a prostituir-se.
A Pastoral da Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Mexicana considera que o tráfico de pessoas é o terceiro "negócio" mais rentável para o crime organizado nas duas nações, depois do narcotráfico e do tráfico de armas.
A campanha que envolve não apenas as dioceses fronteiriças, mas sobretudo as que são grandes produtoras de migrantes.
A campanha apresenta dois cartazes publicitários onde, num se pede às pessoas que estejam atentas, pois o tráfico existe e é um flagelo contra o qual é preciso lutar de maneira conjunta e coordenada. O outro mostra que as pessoas têm valor e não têm preço.
Com os meses do Verão no hemisfério norte, aumenta o número de pessoas que morrem ao tentar atravessar a fronteira, sobretudo através do Rio Bravo, que divide os dois países, ou por efeitos do calor, através das grandes regiões desérticas da Califórnia, Arizona, Novo México e Texas.