O Papa lançou na quarta-feira, 30, durante a audiência geral na Praça São Pedro, um premente apelo pela Costa do Marfim, atingida por uma sangrenta guerra entre facções políticas opostas que desde novembro último já causou a morte de mais de 500 pessoas e meio milhão de deslocados.
“Há muito tempo que meus pensamentos se voltam para a população da Costa do Marfim, traumatizada por dolorosas lutas internas e graves tensões sociais e políticas. Enquanto exprimo a minha proximidade a todos aqueles que perderam um ente querido e sofrem com a violência, faço um apelo urgente para que se dê vida o mais rapidamente possível a um processo de diálogo construtivo para o bem comum", afirmou o Papa.
Bento XVI ressaltou que diante da dramática situação torna mais urgente o restabelecimento do respeito e da convivência pacífica, enfatizando que não devem ser poupados esforços neste sentido.
O Pontífice anunciou ainda a sua decisão de enviar a “este nobre país”, o Cardeal Peter Turkson Kodwo, Presidente do Pontifico Conselho “Justiça e Paz”, a fim de manifestar a sua solidariedade e da Igreja em todo o mundo às vítimas do conflito e encorajar a reconciliação e a paz.
“Estamos felizes pelas palavras do Santo Padre e lhe agradecemos por isso. Esperamos que a sua voz seja ouvida”, disse o Arcebispo de Abijan, Dom Jean-Pierre Kutwa. No país Africano sofre pelos novos combates entre as milícias do presidente que concluiu o seu mandato, Laurent Gbagbo, e que não quer abandonar o poder, e os do presidente eleito, Alassane Ouattara, cuja vitória nas urnas em novembro passado, foi reconhecida internacionalmente.
As tropas de Ouattara estão se aproximando de Abidjan e Yamoussoukro, respectivamente, capital política e administrativa do país. Milhares os civis que fogem da violência. Fontes missionárias falam de cerca 30 mil pessoas refugiadas em um complexo religioso católico ao redor da igreja de Duékoué e muitos têm feridas de arma de fogo.