Canonização

Igreja ganha novo santo português: São Bartolomeu dos Mártires

Papa Francisco inscreveu São Bartolomeu dos Mártires no livro dos santos por “canonização equipolente”, quando há a dispensa de milagre após a beatificação

Da redação, com colaboração de Gracielle Reis

Imagem de São Bartolomeu dos Mártires/ Foto: Reprodução – CN

A Arquidiocese de Braga, em Portugal, celebrou neste domingo, 10, a canonização de mais um santo português: São Bartolomeu dos Mártires. O anúncio da canonização aconteceu em julho deste ano. O Papa Francisco o inscreveu no livro dos santos por “canonização equipolente”, quando há a dispensa de milagre após a beatificação. O santo foi arcebispo de Braga entre 1559 e 1582.

A Eucaristia foi presidida pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Becciu. Na cerimônia, a leitura solene do Decreto de Canonização e a presença de autoridades religiosas, civis, militares e acadêmicas, como o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e bispos de Portugal e da Galiza.

Considerado uma das vozes de referência do Concílio de Trento, São Bartolomeu dos Mártires destacou-se por uma intensa atividade pastoral, zelo aos mais pobres e doentes e empenho pela renovação da Igreja local. Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, destacou a importância do santo para a Igreja:

“Olhando para ele [São Bartolomeu dos Mártires], vejo um homem que tomou consciência do momento de crise em que a sociedade vivia e, tomando consciência, não se adaptou à crise, muito pelo contrário, procurou reagir. Reagiu com testemunho de vida, em primeiro lugar, depois também com a sua palavra. Este testemunho de vida e a palavra foram em defesa dos pobres. Procurou ser pobre dando testemunho, não apenas falando da pobreza, mas optou pelos pobres dando grande testemunho de audácia e coragem”.

O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o santo foi um dos grandes teólogos e pensadores de seu tempo, além de uma das grandes figuras e formadores da Igreja Universal. “Ele foi um dos grandes defensores de uma mudança radical da Igreja de seu tempo, há 500 anos. Nesse sentido, um homem do futuro, pobre na sua maneira de viver, dedicado aos pobres e que terminou pobre”.

Um dos pontos de destaque da vida pastoral de São Bartolomeu dos Mártires foi na conservação de livros do rito litúrgico próprio da arquidiocese, o bracarense. Teve ainda grande preocupação com a formação do clero e dos leigos, o que o levou a escrever, por exemplo, um catecismo sobre a doutrina católica, com um modelo mais acessível aos fiéis. Um testemunho de vida muito atual para os tempos de hoje.

O bispo português foi declarado venerável em 1845 e beatificado em 2001 por João Paulo II. Seus últimos anos foram no convento dominicano de Santa Cruz, por ele fundado em Viana do Castelo. Sua morte em 1590 assinalou uma vida de total dedicação e aclamação pelo povo como o “Arcebispo Santo, pai dos pobres e dos enfermos”.

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