Colômbia

Igreja colombiana negocia libertação de reféns

A Igreja Católica na Colômbia, histórica mediadora no diálogo entre governo e as guerrilhas colombianas, retomou os contatos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc, para a criação de uma "zona de encontro" que sirva de base para a negociação de um acordo humanitário sobre os reféns em mãos dos guerrilheiros. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Episcopado, em Bogotá.

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Segundo o presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, CEC, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, a Igreja Católica pediu à guerrilha que autorize a Cruz Vermelha a visitar os reféns e aceite conversar com o governo da Colômbia na zona especial. Para os Bispos, este violento conflito interno, que já dura mais de quatro décadas, pode terminar somente através do diálogo. "Entramos em contato com os rebeldes, e estamos progredindo, mas a discrição é fundamental nestes casos” – disse dom Castro Quiroga, na saída de um encontro com o Conselho Gremial Nacional (CGN) das associações empresariais do país.

O presidente do episcopado, que também é Bispo de Tunja, e o secretário-geral da CEC, dom Fabián Marulanda Lópes, informaram o CGN sobre a iniciativa da "zona de encontro", que foi apresentada, e aceita, ao presidente Álvaro Uribe em dezembro do ano passado.

Segundo a proposta, um comissário de paz se reuniria com representantes das Farc, numa área previamente definida, para negociar a libertação de 44 reféns políticos, entre eles a ex-candidata presidencial, Ingrid Betancourt.

De acordo com o presidente colombiano, a região deve ter cerca de 150 km2, localizados em um território rural onde não existam postos militares ou policiais e, preferencialmente, sem população civil ou com o mínimo de habitantes. Uribe disse, também, que "o território deve ter a presença de observadores internacionais".

Depois de libertarem suas reféns Clara Rojas e Consuelo González, no começo do mês, as Farc rejeitaram a oferta de uma zona de encontro, e insistiram na necessidade de que o governo retire o Exército e a polícia de uma área montanhosa de aproximadamente 780 km2, extensão aproximada da cidade de Nova York.

Mas Uribe, que com apoio dos EUA lidera uma ofensiva contra as Farc, se nega a desmilitarizar a zona, com o argumento de que a guerrilha pretende tirar proveito de uma região estratégica para o tráfico de drogas e armas.

Entretanto, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, se mostrou ontem disposto a criar uma comissão humanitária que teria como função dar assistência médica aos reféns seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ontem, ele visitou a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas e a ex-congressista Consuelo González de Perdomo , assim como o filho de Rojas, Emmanuel, de 3 anos.

Falando com a imprensa, Uribe também se referiu às provas de vida entregues na segunda-feira pela ex-congressista Consuelo González de Perdomo, libertada pelas Farc na quinta-feira passada, às famílias de oito reféns da guerrilha. “Estas novas provas, que são provas de tortura mais do que de sobrevivência, fazem com que seja considerada a possibilidade de buscar uma comissão humanitária que cumpra a tarefa de avaliar o estado de saúde dos reféns”, disse.

Uribe, que não disse quem seriam os participantes desta comissão, acrescentou que a equipe também teria como objetivo evitar a piora do estado de saúde dos reféns.

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