Colômbia

Igreja Católica pede mais flexibilidade às FARC

Na Colômbia, a Igreja Católica pediu às FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) uma mudança de atitude, para que se possa chegar a um acordo humanitário.

O presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, arcebispo de Tunja, pediu que as FARC não insistissem na desmilitarização dos territórios de Pradera e Florida, e que mudem de atitude em relação ao acordo proposto pelo governo. Ele acrescentou que as forças guerrilheiras devem acolher, positivamente, os gestos do governo do presidente Álvaro Uribe, que libertará, unilateralmente, 200 guerrilheiros das FARC.

"Eu pediria às FARC que, considerando esse gesto, facilitassem as coisas, aceitassem uma negociação diferente e não fossem tão inflexíveis, no caso de Pradera e Florida" _ disse o arcebispo. Ele argumentou que, se o "governo está tentando trilhar caminhos diferentes, as FARC devem fazer o mesmo, porque, afinal, o mais importante é pensar nos reféns e em suas famílias, que estão sofrendo".

Há anos, o governo colombiano e as FARC tentam chegar a um acordo para a troca de 56 pessoas seqüestradas (policiais, militares, três norte-americanos e até políticos, como a candidata à presidência Ingrid Bettancourt) por 500 guerrilheiros, presos em diversas penitenciárias do país. O problema é que as FARC exigem a retirada das forças policiais de do exército das localidades de Pradera e Florida, sudoeste do país, concessão que o governo recusa, peremptoriamente.

No ínterim, porém, Álvaro Uribe ordenou a transferência de 200 guerrilheiros, das prisões onde se encontravam, para um centro de detenção, onde aguardam a anunciada libertação.

Num comunicado emitido ontem, as FARC definiram a transferência dos guerrilheiros como uma "farsa" do chefe do Estado, alegando que ela nada tem a ver com a troca. O governo, por sua vez, respondeu que a transferência dos detentos é um gesto unilateral da presidência do país, e que não faz parte do acordo. Hoje, Uribe deve explicar quais são as razões do Estado para libertar os guerrilheiros.

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