Pratibha Patil, 72 anos, é a primeira mulher eleita presidente da Índia, nas eleições deste sábado, 21. O arcebispo de Ranchi, Cardeal Telesphore Placidus Toppo _ que é também presidente da Conferência Episcopal Indiana _ fez um comentário positivo à sua eleição, destacando a laicidade demonstrada pela nova chefe de Estado.
Pratibha Patil _ candidata da Aliança Governamental Progressista e de seus aliados _ obteve quase dois terços dos votos, derrotando o atual vice-presidente Bhairon Singh Shekhawat, apoiado pelo Partido Bharatiya Janata.
Patil, ex-governadora de Rajasthan, mas não muito conhecida pela população nacional antes da candidatura, mantém ligações estreitas com a dinastia política Nehru-Gandhi e apoiou a ex-primeira-ministra Indira Gandhi. Deixa o cargo o presidente Kalam, muito querido pela nação, que após cinco anos de mandato não quis concorrer a um segundo mandato. Os que apoiaram a sua eleição dizem que ela tem o aval de milhões de mulheres indianas que lutam diariamente contra difusas discriminações.
Durante a campanha eleitoral, Patil foi objeto de graves acusações, como a de ter protegido o irmão indiciado por homicídio e ter participado de numerosas irregularidades financeiras.
No momento do anúncio oficial, a nova presidente se dirigiu aos eleitores, reunidos diante de sua residência. "Agradeço ao povo da Índia _ disse ela _ a todo homem e mulher. Esta é uma vitória dos princípios defendidos pelo nosso povo".
O Cardeal Toppo vê com bons olhos a eleição de uma mulher que sempre demonstrou respeito pelos princípios laicos. "A Igreja na Índia _ disse à agência missionária AsiaNews _ de coração dá as boas-vindas à nova presidente Pratibha Patil. Vamos tê-la presente em nossas orações, com os votos de que desempenhe o seu encargo sempre atenta às visões que tiveram os pais fundadores da nação".
"Para a Igreja católica, essa eleição foi vista com bons olhos, sobretudo porque Pratibha Patil negou-se, como governadora de Rajasthan, a assinar a lei anti-conversão _ que punia a conversão dos hindus ao cristianismo ou a qualquer outra religião _ resistindo às pressões, dando prova segura de suas credenciais laicas e da capacidade de enfrentar pressões externas".
"Fazemos votos de que esta eleição seja ainda um passo importante para uma geral igualdade no país. É importante a contribuição dada pelas mulheres aos valores da Índia. Desde a independência, em 1947, a Índia adotou várias leis 'para ajudar e proteger as mulheres', e agora são muitas as mulheres nas forças armadas, nas empresas comerciais, em postos de destaque na mídia e no governo, são muitas as jovens nas escolas."
"Todavia, em muitos lugares, sobretudo nas aldeias rurais, as mulheres são ainda relegadas a posições de segundo plano; esta eleição dará um grande impulso a todas as mulheres do país. Após Indira Gandhi _ a primeira mulher premier _ agora a Índia dá as boas-vindas à primeira presidente mulher." "Será uma boa presidente. Deus abençoe a nossa presidente."