Olimpíadas

Igreja Católica e os Jogos Olímpicos

Aberto os Jogos Olímpicos em Pequim, na China. Em vista deste grande evento esportivo mundial, a Igreja local se mobilizou para dar assistência espiritual, formação, acolhimento e segurança aos atletas e turistas.

"As 20 igrejas católicas de Pequim, o maior Seminário e a diocese local abrem suas portas aos visitantes", declarou o Padre Matthew Zhen Xuebin, responsável diocesano, para a assistência durante os Jogos Olímpicos.

Os voluntários leigos foram treinados para o acolhimento dos fiéis católicos no país. "Tudo está pronto", disse o Padre Matthew Zhen. Um dos principais objetivos é a segurança também para as igrejas: elas têm que ser vigiadas para prevenir eventuais incêndios, roubos e atividades terroristas.

Neste sentido, a Igreja Católica terá uma significativa presença nos Jogos Olímpicos de Pequim, graças à "abertura que a China está demonstrando", disse, por sua vez, o Padre Kevin Lixey, Diretor do Setor Igreja e Esporte do Pontifício Conselho para os Leigos.

Em declarações à imprensa, o Padre Lixey assinalou que "embora não tenha havido convite formal aos representantes do Vaticano, por parte do Comitê Olímpico Internacional, os Bispos locais marcarão presença no evento esportivo".

"Em relação à participação da Igreja Católica de outros países, estarão presentes nos Jogos de Pequim capelães de várias nações, como Itália, Polônia, Alemanha", acrescentou Padre Kevin Lixey, que revelou ainda que o "Arcebispo de Colônia (Alemanha), Cardeal Joachim Meisner, acompanha a equipe olímpica alemã até a capital chinesa".

"Esta presença é possível porque, com os Jogos Olímpicos, a China abre as portas ao mundo e o mundo vai para a China", declarou o representante do Pontifício Conselho para os Leigos, que assinalou, por fim, que o Vaticano viu com agrado "a decisão de que se celebrem Missas, em algumas igrejas e em diversos idiomas, em Pequim, para os fiéis presentes nos Jogos".

O Vaticano e a China

Desde que foi eleito Papa, em 19 de abril de 2005, Bento XVI tem expressado a sua esperança no reatamento das relações entre o Vaticano e a China, interrompidas desde a Revolução Cultural e a subida ao poder de Mao Tsé-Tung. Desde o início deste pontificado registaram-se vários sinais de aproximação e de expressão de mútua boa vontade.

Por outro lado, a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim, a partir de hoje até o próximo dia 28, tem sido ocasião para Bento XVI enviar suas mensagens para o bom êxito do acontecimento esportivo, na paz e na fraternidade.

Domingo passado, o Papa aproveitou a oração do Ângelus, em Bressanone, onde se encontra de férias, para enviar a sua saudação à China, aos organizadores dos Jogos e a todos os participantes, "em primeiro lugar aos atletas, com os votos de que cada um possa dar o melhor de si, no genuíno espírito olímpico"

"Sigo com profunda simpatia este grande encontro esportivo, o mais importante e aguardado em nível mundial, e exprimo os mais vivos votos de que ele ofereça à comunidade internacional um válido exemplo de convivência entre pessoas das mais diversas proveniências, no respeito pela dignidade comum. Que o esporte possa, mais uma vez, ser penhor de fraternidade e de paz entre os povos", disse o Papa.

Tal interesse do Santo Padre pela China foi expresso também, na última quarta-feira, ao visitar a casa natal de São José Freinademetz (1852-1908), missionário que dedicou toda a sua vida à evangelização da China.

Na ocasião, o Bispo de Roma declarou que "a China mostra ter um papel importante na vida política, econômica e também ideológico no contexto mundial". Aqui, Bento XVI fez votos de que "este grande país se abra ao Evangelho".

Os Jogos Olímpicos de Pequim coincidem com a celebração do centenário de morte de São José Freinademetz, da Congregação dos Missionários do Verbo Divino, que dedicou sua existência à evangelização da China.

Com efeito, parte dos Jogos Olímpicos, isto é, as regatas marítimas, será em Qingdao, um lugar na história dos Missionários Verbitas, graças à ação apostólica de São José Freinademetz. Qingdao era um território ocupado pelos alemães em 1897. Ali o santo missionário Verbita trabalhou por 30 anos.

Enfim, no dia 7 de maio passado, quando a Orquestra Filarmônica da China ofereceu um concerto ao Papa, no Vaticano, o Pontífice se dirigiu a "todos os habitantes da China", recordando a importância dos Jogos de Pequim 2008, uma manifestação que vai além do esporte. "Os chineses", disse, "se preparam para viver um momento de grande valor para toda a humanidade".

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