Secretária de Estado

Hillary diz que EUA e Iêmen enfrentam ameaça comum da Al Qaeda

Hillary Clinton fez nesta terça-feira, 11, a primeira viagem de uma secretária de Estado norte-americana ao Iêmen em 20 anos, para deixar claro ao governo de Sanaa a urgência e importância de combater a Al Qaeda em suas bases.

"Enfrentamos uma ameaça comum da parte dos terroristas e da Al Qaeda, mas nossa parceria extrapola o contraterrorismo", disse Hillary em comunicado, após um encontro de duas horas com o presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh.

"Estamos atentos não apenas às ameaças de curto prazo, mas aos desafios do longo prazo", acrescentou ela, ao lado de Saleh. "Somos em favor de um processo político inclusivo que, por sua vez, fomente um Iêmen unificado, próspero, estável, democrático".

O governo dos EUA está ansioso para que o Iêmen, país vizinho da Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, intensifique seu combate contra uma ala da Al Qaeda baseada em seu território, desde o qual militantes procuraram lançar ataques ambiciosos contra alvos dos EUA e ocidentais.

Hillary esteve em Sanaa para transmitir ao governo iemenita a urgência de se derrotar a ideologia da Al Qaeda, promovendo reformas econômicas e políticas longamente adiadas.

"Não basta termos relações de militares a militares", disse a secretária de Estado antes do encontro. "Precisamos ampliar o diálogo. Precisamos ter este diálogo com o governo".

Militantes da Al Qaeda no Iêmen lançaram ataques-relâmpago contra forças iemenitas nos últimos meses, além de terem chamado a atenção de Washington com atentados fracassados para explodir bombas em aviões de carga, em outubro, e explodir um avião de passageiros americano em 2009.

Washington vem ampliando, sem alarde, seu papel no Iêmen, na esperança de sustar o mergulho na falência do país, que, além do ressurgimento da Al Qaeda, enfrenta rebeliões internas distintas no norte e sul de seu território.

Mas os EUA têm plena consciência de que uma participação grande demais poderia exacerbar o forte sentimento antiamericano existente no Iêmen e solapar o governo central de Saleh, que já é fraco.

Contudo, as relações entre EUA e Iêmen têm sido pressionadas pelo desejo de Washington de acelerar o ritmo das reformas econômicas e políticas no país, que os EUA esperam que diminua o recrutamento de militantes, disse no mês passado um assessor do presidente Barack Obama.

Não se previa que Clinton fosse oferecer mais assistência ao Iêmen, mas Washington estaria buscando reequilibrar seu pacote de ajuda de 300 milhões de dólares, hoje voltado principalmente à assistência militar e de segurança, de modo a dar peso maior à ajuda civil.

De acordo com o Banco Mundial, 42% dos 23 milhões de iemenitas vivem com menos de 2 dólares por dia. A receita petrolífera caiu 70% entre janeiro e outubro de 2009. As novas exportações de gás não conseguem compensar por essa queda.

A população do Iêmen está prevista para dobrar em 20 anos, mas já faltam empregos, e as fontes de água estão se exaurindo.

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