Onze integrantes do grupo reiteraram apoio ao presidente interino e pedem novas eleições presidenciais
Da redação, com Reuters
Onze dos 14 membros que compõem o Grupo de Lima reiteraram o apoio ao presidente interino Juan Guaidó e pediram por novas eleições presidenciais na Venezuela, nesta segunda-feira, 4
“Também pedimos às Forças Armadas venezuelanas que o reconheçam como Comandante Chefe, Juan Guaidó, como presidente da Venezuela”, disse o Ministro das Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, em uma entrevista coletiva após a reunião do grupo ontem em Ottawa.
Já a Ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, disse que não há planos para uma intervenção militar na Venezuela. “Os países do Grupo Lima reiteram seu apoio a um processo de transição pacífica por meios políticos e diplomáticos sem o uso da força “, disse Freeland.
Leia também
.: Venezuela: solução está em uma mediação pacífica, diz especialista
.: Papa segue situação na Venezuela e reza por todos os venezuelanos
O grupo também pediu à comunidade internacional que evite que o governo de Nicolas Maduro conduza transações financeiras e comerciais no exterior, que tenha acesso aos ativos internacionais da Venezuela e que faça negócios com petróleo, ouro e outros ativos. O México, um membro do Grupo Lima que se opõe às medidas destinadas contra Maduro, não compareceu.
O governo de Maduro, que sofre um colapso econômico que já levou 3 milhões de venezuelanos a fugir do país, atacou as nações da União Europeia, dizendo que a medida afetaria as relações com Caracas. Em um comunicado, elas foram acusadas de se submeterem a uma “estratégia americana para derrubar o governo legítimo”.
Entre os membros da União Europeia que reconhecem Guaidó estão Áustria, Croácia, República Checa, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Polônia, Portugal e Suécia. Os Estados Unidos saudaram o reconhecimento de Guaidó pelas nações da União Europeia e encorajaram outros países a seguirem o mesmo exemplo, segundo comunicado oficial do secretário de Estado, Mike Pompeo.
A Itália, entretanto, colocou-se contra a posição da União Europeia e não reconheceu Guaidó. De acordo com diplomatas, o governo em Roma está profundamente dividido acerca deste assunto. A Noruega, por sua vez, que não é um país-membro da União Europeia, já avisou que não reconhecerá a liderança de Guaidó.
No poder desde a morte do presidente Hugo Chávez, em 2013, Maduro é acusado pela oposição de deixar 3o milhões de pessoas sob um governo ditador.
Guaidó, de 35 anos, acusado pelo governo de Maduro de encenar um golpe dirigido pelos EUA, atraiu a atenção da oposição venezuelana com uma mensagem esperançosa. Ele, reiteradas vezes, apelou aos militares da Venezuela, que permaneceram leais a Maduro, a apoiar uma transição à democracia.
Maduro está enfrentando um coro crescente de nações, incluindo alguns vizinhos da Venezuela, para renunciar após a disputada eleição presidencial do ano passado, na qual foi reeleito. Os críticos chamaram essa eleição de farsa e a oposição popular a boicotou.