Vaticano

Grande paixão do Papa: seu amor pela Igreja e pela China

A recente Carta do Papa aos católicos da China transluz "um grande amor pela Igreja e pela China", recorda o porta-voz vaticano.

O Padre Federico Lombardi, S.J., retoma a missiva papal no último editorial de Octava Dies, semanário produzido pelo Centro Televisivo Vaticano, de onde é diretor, transmitido por emissoras de televisão do mundo inteiro.

"A Carta do Papa aos católicos chineses marca certamente uma etapa nova e fundamental na história das relações entre a Igreja e a nação mais numerosa do mundo, ainda que será preciso tempo para conhecer e valorizar seus resultados efetivos", reflete.

Segundo o Padre Lombardi, "as mensagens de reconciliação e unidade dentro da Igreja e de disponibilidade ao diálogo com as autoridades chinesas não poderiam ser mais claras, nem melhor expressadas no contexto de uma profunda apresentação da natureza e da missão da Igreja".

Quanto às relações com as autoridades do país asiático, é notável na missiva, sublinha, "a serenidade e o respeito do discurso do Papa, quem, sem negar os problemas objetivos, manifesta-se desprovido de toda recriminação e orientado a um futuro de compreensão recíproca, na distinção dos planos e das responsabilidades políticas e religiosas".

"Mas por trás dessas palavras lúcidas e equilibradas, elogia o Padre Lombardi a carta do Papa, existe uma paixão: um grande amor pela Igreja e pela China. Um amor que na verdade vem de longe, dura séculos".

Padre Lombardi alude ao caso do jesuíta italiano Matteo Ricci (1552-1610), a quem define como "fundador da história moderna do cristianismo na China".

De fato, introduziu na China, no século XVI, os conhecimentos científicos da Europa, como modelo de amizade e intercâmbio cultural entre os dois continentes. O Padre Ricci faleceu em Pequim, depois de ter fundado algumas das primeiras comunidades católicas no país.

Daí que o Padre Lombardi especifique que o grande encontro, "positivo e desinteressado", "entre a cultura chinesa e o anúncio do Evangelho já se produziu, e é pratrimônio reconhecido na história da nação chinesa", e assim, "entender-se, respeitar-se, colaborar para fins elevados e nobres é possível".

"Desejamos e esperamos intensamente que isso se repita. O contexto é imensamente diferente, mas a Igreja tem confiança em poder reencontrar-se na China, plenamente chinesa e plenamente católica; mais ainda, plenamente chinesa precisamente porque é plenamente católica, isto é, universal, capaz de ser ela mesma e de servir o Evangelho no interior de cada povo, etnia e cultura", conclui.

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