O presidente da Síria, Bashar al-Assad, aceitou a renúncia de seu gabinete na terça-feira, 29, depois de quase duas semanas de levante pró-democracia. Os protestos são o desafio mais sério enfrentado pelo seu regime, há 11 anos no poder.
A iniciativa, porém, não deve satisfazer os manifestantes, já que o gabinete ministerial tem pouca autoridade na Síria. O poder neste país concentra-se nas mãos de Assad, de sua família e do aparato de segurança.
Dezenas de milhares de sírios participaram de manifestações pró-governo na terça-feira, aguardando um discurso de Assad, no qual ele deve anunciar a decisão de suspender as leis de emergência que têm servido para esmagar a dissensão há quase 50 anos.
Essa é uma demanda crucial das manifestações antigoverno, nas quais mais de 60 pessoas morreram.
"O presidente Assad aceita a renúncia do governo", disse a agência de notícias estatal Sana, acrescentando que Naji al-Otari, primeiro-ministro desde 2003, permaneceria no cargo até a formação do novo governo.
Inicialmente os manifestantes limitavam suas exigências apenas a uma liberdade maior. Mas, estimulados cada vez mais pela repressão contra eles, especialmente na cidade de Deraa, no sul, onde os protestos começaram, agora pedem pela "queda do regime".
Os brados ecoam os das insurreições que varrem o mundo árabe desde janeiro e derrubaram os presidente da Tunísia e do Egito e motivaram os rebeldes a lutar contra o líder líbio, Muammar Gaddafi.