A freira congolesa, Angélique Namaika, que ganhou o Prêmio Nansen de Refugiados da ONU, foi recebida nesta quarta-feira, 2, pelo Papa Francisco durante a Audência Geral. A religiosa é responsável pelo Centro de Acolhida de mulheres vítimas da guerra da República Democrática do Congo.
"Conhecer o Papa foi uma grande honra para mim", declarou Ir. Angélique. "Quando o encontrei, eu disse: Eu sou da República Democrática do Congo e eu carrego comigo as mulheres e crianças que têm sido vítimas de atrocidades cometidas pelo Exército de Resistência (…) para que o senhor possa abençoá-las, assim como a mim", conta a religiosa.
Segundo Ir. Angélique, o Papa Francisco afirmou saber do trabalho desenvolvido por ela e a encorajou a continuar. Em seguida o Pontífice impôs as mãos sobre sua cabeça e rezou por ela e pelas mulheres que ela acolhe na República Democrática do Congo.
A representante regional do ACNUR, Laurens Jolles, que acompanhou a religiosa durante o encontro com Papa Francisco, destacou o gesto do Pontífice como um sinal de seu interesse pelas questões dos refugiados e migrantes.
Na noite da última segunda-feira, 30, em Genebra, a freira católica de 46 anos, foi homenageada com o Prêmio Nansen de Refugiados do ACNUR, por seu incansável e corajoso trabalho em nome de mulheres sobreviventes de deslocamento forçado, violência e abuso sexual na Província Orientale, no nordeste Democrática República do Congo.
A maioria das duas mil mulheres ajudadas diretamente por Irmã Angélique na cidade de Dungu, foi vítima do LRA, um brutal grupo rebelde de Uganda que se mudou para a região em 2005. Eles praticam sequestros, trabalhos forçados, espancamentos, assassinatos, estupros e outros abusos dos direitos humanos.