FALECIMENTO

Frei Pascoal Rota, missionário no Brasil e Jerusalém, morre aos 90 anos

O religioso atuou como missionário no Brasil e chegou a sobreviver a duas intifadas na Palestina

Da redação

Faleceu na manhã desta quarta-feira, 7, aos 90 anos, na enfermaria do convento capuchinho de Borgo Palazzo, na Itália, Frei Pascoal Rota. Durante 46 anos, o frei atuou como missionário no Brasil e em Jerusalém.

Frei Pascoal sobreviveu a duas intifadas — conflito armado travado entre árabes e israelenses na Palestina. Diversos missionários da Canção Nova tiveram contato com o Frei e recordam COM muito afeto os momentos divididos com um homem que se entregou à Palavra de Deus mesmo em momentos de guerra.

“Tive a oportunidade de conviver muito com o Frei Pascoal”, lembra Cristiane Henrique da Silva, missionária da Canção Nova. “Era um homem muito humilde, um conhecedor profundo da Palavra de Deus e que sobreviveu a duas intifadas. Nestes dois momentos distintos, ele estava lá. Certa vez, mostrou-nos uma pedra com a inscrição ‘Deus é amor’. Ele nos contou que um dia, em meio a este conflito, em Belém, um árabe jogou esta pedra. A pedra não o acertou, mas ele a pegou, olhou para o jovem árabe e disse: ‘Não é guerra, Deus é amor’”, recorda.

A convivência com o Frei, segundo Cristiane, rendeu diversos momentos em que o religioso demonstrava como era importante absorver os ensinamentos do Evangelho. “Uma vez, ele liderava um grupo de peregrinos e, naquele momento, várias ovelhas passaram bem lentamente em frente ao ônibus. O Frei desceu e tentou tirar as ovelhas, mas foi em vão. Então, um jovem árabe olhou para ele e disse: ‘elas não entendem a sua voz, somente a minha’. O Frei, então, disse-nos que naquele momento entendeu quando Jesus dizia que ‘as minhas ovelhas ouvem a minha voz, porque sou eu o Bom Pastor’. Então, nossa convivência era assim, ele sempre nos dava grandes lições”, reforça a missionária.

Frei Pascoal nasceu em 6 de dezembro de 1930. Ingressou no Seminário Capuchinho de Albino aos 15 anos. Completou sua formação em Milão, onde foi ordenado sacerdote, em 1958, pelo Arcebispo Giovan Battista Montini — que mais tarde viria a se tornar o Papa Paulo VI.

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