Voltamos com o olhar para o primeiro santo brasileiro, que será celebrado no sábado. Frei Galvão, o religioso que construiu paredes, mas também pontes de fé. Ainda hoje, ele segue edificando corações com o mesmo amor e simplicidade de quem acreditava que servir a Deus era servir às pessoas.
Reportagem de Idalina Miranda e Messias Junqueira
A especialidade de Frei Galvão era construir, missão cumprida com louvor. A devoção a ele mantém a fé de dona Zilda alicerçada e leva como exemplo seu modo de vida. “A bondade do nosso coração que é importante. O orgulho não serve para nada, a arrogância também não serve. Então a gente tem que participar e ser como ele, humilde”, constou a aposentada, Zilda de Fátima Paulino.
O primeiro santo brasileiro foi mais que um homem de oração. Com sensibilidade e humildade, criou causas voltadas para as pessoas em situação de pobreza, da humildade aos milagres reconhecidos pela Igreja por meio das pílulas. “As pílulas são uma expressão de fé e uma expressão de bênçãos de Deus para aqueles que mais precisam. Então é materializar sacramentalmente em termos de um sacramental de fé a bênção de Deus para o povo”, explicou o franciscano, Frei Filipo Carpi Girão.
Dona Teresa Maia, diretora do Museu de Frei Galvão, faz parte da sétima geração familiar do santo e guarda com zelo um verdadeiro tesouro na casa onde ele nasceu e viveu até os 21 anos. “Desde criança eu estou acostumada a ouvir em casa que eram parentes, a minha avó rezando, a minha tia rezando terço, assim daquele de conta e dizendo assim: ‘Tô rezando pro meu parente santo, é o Frei Galvão’. Assim eu fui conhecendo ele”, lembrou a diretora do Museu Frei Galvão, Thereza Maia.
E a diretora do museu tem sua relíquia do coração. “Tem um pedacinho do osso dele e do hábito. E a relíquia de primeiro grau é considerada como a própria pessoa”, contou ela.
Paloma pôde contar com a intercessão de Frei Galvão diante da doença da mãe. “‘Ah, não sei se sua mãe passa dessa noite, o estado da sua mãe é muito grave’. E todo dia eram essas notícias assim”, relembrou a manicure, Paloma Godói.
Entre as más notícias e o diagnóstico desanimador, uma atitude de fé. “Eu fazia a novena dentro do carro, eu tomava a pílula por ela e quando eu chegava do lado dela lá na maca no leito, eu rezava o terço junto com ela, segurando a mãozinha dela”, apontou ela.
Hoje elas voltaram para agradecer. “Se não fosse ele, a gente não estaria aqui hoje, não. É só gratidão”, testemunhou Paloma.