Vaticano

Fraqueza do multilateralismo e dúvidas com objetivos do Milênio

"O bilateralismo está em aumento e muitas instituições multilaterais – como a ONU, o WTO, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial – estão apontando sinais de fraqueza e cansaço", enquanto "nenhuma instituição está atualmente aparecendo para assumir o lugar delas".

O alarme é da Pontifícia Academia para as Ciências Sociais às vésperas de sua 13ª sessão plenária, que começará amanhã (27) no Vaticano (até o próximo dia 1º de maio), e que terá como tema: "Caridade e justiça nas relações entre povos e nações". Além do "relevante aumento do flagelo social e moral do terrorismo – lê-se na introdução da plenária do órgão vaticano, apresentado hoje à imprensa – e da fraqueza do multilateralismo, a globalização faz emergir a pobreza que se alastra e o esfacelamento progressivo do consenso que tinha sido alcançado sobre os Objetivos do Milênio, em relação aos quais agora existem sérias dúvidas quanto à possibilidade de se conseguir atuá-los nos tempos previstos".

Outro desafio da sociedade globalizada, lê-se ainda no documento do organismo da Santa Sé, são as ajudas "insuficientes e ineficazes, muito inferiores em relação ao objetivo de investir o 0,7% do PIB dos Países desenvolvidos para as ajudas internacionais".

Sem contar, denuncia a Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que "a ajuda que foi oferecida muitas vezes foi ineficazmente distribuída e mal utilizada pelas organizações internacionais, pelos governos e pelos órgãos locais". Entre os "preocupantes sinais dos tempos" sobre os quais refletirá a plenária, "o reaparecimento do nacionalismo".

"Nos Países em desenvolvimento e naqueles adiantados – lê-se no documento preparatório – existes sinais de crise quanto duas características chave do processo de globalização: o primeiro é um problema humano relacionado com o aumento da migração internacional legal e ilegal e a conseqüente resistência política contra ela; o segundo é econômico e está em relação com a tensão entre protecionismo e livre comércio".

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