Campanha

Fevereiro Roxo: conscientização sobre o Lúpus, Alzheimer e Fibromialgia

Segundo médica reumatologista, campanha Fevereiro Roxo foi criada com objetivo de conscientizar e alertar população

Huanna Cruz
Da Redação

Campanha Fevereiro Roxo / Foto: Freepik

Neste segundo mês do ano, a cor roxa ganha destaque com o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção, o diagnóstico e combate de algumas doenças crônicas.

O roxo é a cor símbolo para as doenças neurológicas. Segundo a médica reumatologista Dra. Gabriela Munhoz, membro da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), a campanha Fevereiro Roxo foi criada com o objetivo de conscientizar e alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce das doenças: Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer. Essas enfermidades afetam milhões de pessoas em todo o mundo, impactando não apenas a saúde dos pacientes, mas também suas relações familiares e sociais.

A campanha destaca a importância do diagnóstico precoce, do acesso a tratamentos adequados e do suporte às famílias que lidam com essas condições. Além disso, promove a conscientização sobre a necessidade de pesquisas contínuas para encontrar novas terapias e eventualmente a cura para essas doenças.

Lúpus

O Lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações entre 70% dos pacientes com Lúpus. Ele afeta, principalmente, mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.

Dra. Gabriela Araújo Munhoz / Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Dra. Gabriela Munhoz, o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES) engloba tanto medidas não farmacológicas quanto farmacológicas, e deve ser guiado de acordo com o grau de severidade e órgãos acometidos pela doença. Evitar exposição solar, utilização de protetor solar e adoção de hábitos saudáveis, como cessação do tabagismo e prática regular de exercícios físicos são fundamentais. O uso de corticoides (via oral ou em pulsoterapia endovenosa), hidroxicloroquina e imunossupressores podem contribuir na busca pelo controle e remissão do quadro.

Para a médica reumatologista, o diagnóstico deve ser realizado por um médico através da anamnese da história clínica do paciente (com presença de sinais e sintomas sugestivos), exame físico e laboratoriais. A presença do FAN (fator ou anticorpo antinuclear), embora não seja exclusiva da doença, quando positiva em títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos, permite o diagnóstico.

Dra. Gabriela Munhoz ainda afirma que é preciso o acompanhamento regular com o reumatologista, fazendo uso das medicações prescritas, comparecendo regularmente nas consultas médicas e realizando os exames complementares solicitados.

A especialista enfatiza que os sintomas do LES são diversos e podem variar em intensidade e quantidade de sistemas acometidos de acordo com cada indivíduo. Inicialmente, podem surgir sintomas gerais sistêmicos, como febre baixa, cansaço, desânimo, perda de peso e apetite.

As manifestações mais específicas são o surgimento de lesões de pele geralmente desencadeados por exposição solar. Pode ocorrer também alopecia (queda de cabelo), aftas/úlceras orais recorrentes; artrite de mãos, punhos, joelhos e pés. Inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleurite) e coração (pericardite) ocasionando dor ao respirar, tosse seca, falta de ar e dor no peito. Acometimento renal (nefrite) é uma das manifestações que mais preocupam, e evolui com pressão alta, inchaço nas pernas, urina espumosa e com sangue.

Ainda pode haver alterações hematológicas como anemia, queda dos índices de glóbulos brancos e plaquetas; e alterações neuropsiquiátricas, como convulsões, acidente vascular encefálico e alterações de humor.

“Mesmo sendo portador de lúpus, é possível ter sim uma boa qualidade de vida; basta que o tratamento seja realizado de forma correta, com acompanhamento regular com o reumatologista, fazer uso das medicações prescritas, adotar hábitos saudáveis, fotoproteção e evitar exposição solar”, ressalta Dra. Gabriela Munhoz.

Dra. Vilma Duarte Câmara / Foto: Arquivo Pessoal

Alzheimer

Segundo a Profª Dra. em Neurologia, Conselheira do Conselho Municipal do Idosos de Niterói, Vilma Duarte Câmara, a Doença de Alzheimer é neurodegenerativa e progressiva. Os sintomas iniciam com perda da memória recente e desorientação espacial. Outras funções cerebrais vão sendo comprometidas, e o paciente perde a autonomia e a independência e vai precisar de cuidadores.

“Para obter o diagnóstico precoce, algumas condutas são realizadas: história colhida pelo acompanhante, exame físico, exame neurológico, avaliação do Estado Mental aplicando o MINI Exame Mental (MEEM), avaliação neuropsicológica, exames complementares como de sangue e Neuroimagem”, afirma a Profª Dra. Vilma Duarte.

A Conselheira do Conselho Municipal do Idoso de Niterói ainda enfatiza que para tratar a Doença de Alzheimer, que não tem cura, há tratamento para lentificar a doença e dar qualidade de vida aos pacientes. “No tratamento de medicamentos, usamos os anticolinesterásicos: Rivastigmina, Donepezila e Galantamina; e quando o paciente avança para a fase moderada, acrescenta-se o Cloridrato de Memantina. Para os sintomas psicológicos e alteração do comportamento, usamos Neurolépticos atípicos, que trata os distúrbios do sono, a depressão, as intercorrências clínicas. Os pacientes devem fazer atividade física e serem submetidos à reabilitação cognitiva, que é o retreino das funções cerebrais.”

Fibromialgia

Já a Fibromialgia, segundo a Profª Dra. em Neurologia, Vilma Duarte Câmara, é uma doença reumatologia que afeta a musculatura causando forte dor generalizada, alteração do sono, depressão, ansiedade e distúrbios intestinais.

Ela aponta que o tratamento medicamentoso é feito com Pregabalina, Duloxetina, Ciclobenzaprina e outros. Já o tratamento não medicamentoso é com técnicas de Fisioterapia e psicoterapia. “Para ajudar no diagnóstico, a doença apresenta pontos dolorosos na nuca, nos ombros, na região lombar, nos quadris, nos tornozelos, cotovelos e nos joelhos”, observa.

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