Igreja no Chile reage a medida punitiva do Governo contra farmácias que não vendem a pílula abortiva
A decisão do governo chileno, de multar as farmácias que não vendem a RU-486 (a pílula abortiva) provocou a reação da Igreja no país.
O Bispo a auxiliar de Santiago, Dom Fernando Natalio Chomali Garib, membro da Pontifícia Academia para a Vida, publicou um artigo intitulado "Intolerância dos tolerantes". No texto, ele afirma que "o governo multa as farmácias que não vendem o produto porque, no parecer das autoridades, elas violam o direito das pessoas. Todavia, utilizando esta pílula, violam-se outros direitos, ainda mais fundamentais", sublinha o Bispo.
Para Dom Chomali Garib, "obrigar a uma colaboração material e formal, na venda de um produto que prejudica a saúde, é um ato claramente contrário à razão e ao direito". "Assim sendo, afirma ele, constitui, além de um abuso de poder, fruto de um conceito errado de democracia, também um ato de intolerância em nome da tolerância".
O Ministério da Saúde do Chile impôs uma multa de 33 milhões de pesos (o que equivale a aproximadamente 37 mil reais) a três redes farmacêuticas, porque elas não continham entre seus produtos, a RU-486, também conhecida como "pílula do dia seguinte".
Segundo o governo chileno, não vender essa pílula viola o direito da população de ter acesso ao produto. Se, mesmo depois da multa, as farmácias mantiverem a decisão de não oferecer o medicamento, correm o risco de ser fechadas.