Os moradores que não conseguiram fugir estão retidos em suas casas, sob toque de recolher e contínuas interrupções de energia elétrica e de abastecimento hídrico
Da Redação, com Agências
Diversas famílias cristãs deixaram a cidade de Mossul, no Iraque, nesta terça-feira, 10, após invasão de milícias do Estado Islâmico iraquiano e do Levante (ISIL), facção do Al-Qaeda. Os extremistas tomaram na noite de segunda-feira, 9, a sede do governo provincial de Mossul, intensificando os conflitos.
Segundo o arcebispo da cidade, Dom Emil Shimoun Nona, a situação é muito difícil, e alertou que dentro de dois dias a população, que ficou presa na cidade, não terá alimento. O arcebispo pediu auxílio também para as numerosas famílias que fugiram para as aldeias da Planície de Nínive
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Os moradores que não conseguiram fugir estão retidos em suas casas, sob toque de recolher e contínuas interrupções de energia elétrica e de abastecimento hídrico. Durante o ataque dos milicianos, os atritos se concentraram nos bairros ocidentais, onde se encontra também a catedral caldeia.
De acordo com relatos locais, mais de 500 mil pessoas abandonaram a cidade que está localizada a 360 Km de Bagdá, principal cidade do país. Mossul foi escolhida pelos extremistas por ser uma das cidades de maior produção de petróleo e gás natural da região.
Na segunda-feira, 9, o governador Nujiafi, com um apelo televisivo, havia exortado os habitantes de Mossul e os da província a organizarem-se em grupos de autodefesa para resistir ao ataque do ISIL.
Dom Emil Shimoun Nona e outras autoridades eclesiásticas de Mossul lançaram um apelo para manter abertas as igrejas e mesquitas para oração pela paz, convidando também os comerciantes a garantirem à população o acesso ao pão e aos gêneros alimentícios básicos.