ARCOS VIOLINOS

Extinção ameaça produção de arcos de violino com madeira brasileira

Comércio do pau Brasil está proibido desde 2023

Reportagem de Wallace Andrade

Uma árvore nobre da Mata Atlântica, genuinamente brasileira, se transformou na madeira mais completa e desejada para confecção dos arcos de violinos nas orquestras do mundo. A espécie está ameaçada de extinção e tem o comércio restrito pelo Ibama.

As festas natalinas costumam ser abrilhantadas com apresentações de corais e concertos musicais. E são os violinos que costumam revelar a harmonia e sincronismo dos espetáculos que enchem os olhos de quem assiste. 

Todo violinista sabe que um bom arco ajuda no desempenho nas apresentações. O que nem todos sabem é que o arco do violino tem uma ligação direta com uma árvore genuinamente brasileira, uma árvore que foi importante inclusive desde o período colonial do país, o pau brasil.

Por causa desse tesouro da floresta brasileira, fomos atrás deste homem na cidade de Saquarema, região dos lagos, no Rio de Janeiro. Alísio de Matos é um apaixonado pela preservação da espécie. Além de defender, ele cultiva as árvores na propriedade. “O que eu faço é conscientizar as pessoas da importância do pau Brasil, que é a única madeira apropriada e ideal para a manufatura de bons arcos”, contou o archetier, Alysio de Matos.

A paixão pelo Paulo Brasil está ligada ao trabalho artesanal que executa. Por quase cinco décadas, Alísio de Matos trabalha como archetier, um restaurador de arcos de violino. Em 2006, ele resolveu ampliar as habilidades e passou a fabricar violinos. E todo o dom desse artista depende do pau Brasil.

“Alguns europeus estão usando a madeira africana acácia, que é uma madeira que talvez para arco de contrabaixo dê bom resultado. O que me disseram, madeira do pau brasil é madeira completa. Tem todos os requisitos para um bom arco”, completou Alysio.  

Só que a fama do pau Brasil se espalhou pelo mundo e a busca frenética pela madeira gerou problemas. O comércio do pau Brasil está proibido desde 2023. O Sindicato dos Músicos do Reino Unido e a Liga das Orquestras Americanas pediram novas regulamentações para o Pal Brasil. “Nós permitimos e negociamos uma livre deslocamento dos músicos com seus próprios instrumentos, que é o material de uso pessoal deles. Eles estão livres para fazer isso, mas o que está terminantemente proibido é o comércio de madeira ilegal, o comércio de madeira de pau brasil ilegal”, disse a chefe florestal do IBAMA, Livia Karina Passos. 

E a madeira que despertou grande interesse em todo o mundo é especial na vida dos músicos. Para o maestro Felipe Prazeres, isso se explica de forma simples. “Os arcos que foram feitos com pau brasil foram feitos já e eu mesmo tenho uns três, quatro arcos feitos de pau brasil de pau brasil. Ele tem uma uma vibração especial. É uma madeira que responde de acordo com a nossa arte.

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