Os exercícios espirituais da Quaresma, iniciados neste domingo, na Capela Redemptoris Mater, da residência apostólica vaticana, na presença do papa e da Cúria Romana, continuam. Na manhã desta quarta-feira, o pregador Cardeal Albert Vanhoye se deteve sobre o modo como a Carta aos Hebreus apresenta a promessa da Nova Aliança e sobre a página evangélica das bodas de Caná.
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A Carta aos Hebreus – ressaltou o cardeal – estabelece uma estreita ligação entre o sacerdócio de Cristo e a Nova Aliança, da qual Jesus é mediador. O texto apresenta uma longa citação do oráculo de Jeremias, anúncio da Nova Aliança.
“Reiteradamente, o povo de Israel foi infiel a Deus. E, no entanto, Deus envia Jeremias para anunciar uma Aliança realmente Nova, diferente da que foi feita com os pais”, explicou o purpurado francês. “Deus quer fazer uma mudança radical. Uma Aliança que se fundamenta em quatro elementos”, sublinhou.
A segunda meditação foi dedicada às bodas de Caná, que se celebram justamente para estabelecer uma aliança, como afirmou. O purpurado recordou que a Aliança entre Deus e o Seu povo é apresentada no Antigo Testamento justamente como núpcias.
A idolatria, pelo contrário, é apresentada como uma infidelidade, um adultério do povo de Israel, como no episódio do bezerro de ouro. Todavia, também nos momentos mais trágicos, o Senhor não renuncia a seu projeto de união no amor e promete uma nova aliança.
Portanto, em Caná cumpre-se o milagre da transformação da água em vinho. Jesus dá início a seus sinais milagrosos e manifesta a sua glória. Mas qual é a glória de Jesus? _ pergunta-se o Cardeal Vanhoye, respondendo: É justamente a glória do esposo. É a glória do amor generoso que doa o vinho bom para realizar as núpcias.
Nessa página evangélica, ficamos impressionados com a figura de Maria _ acrescentou o Cardeal Vanhoye. A Mãe havia falado ao filho das dificuldades do esposo pela falta de vinho. E Jesus responde de uma maneira que revela a evolução de sua relação com a Mãe.
O Cardeal Vanhoye concluiu a meditação com o convite de São Paulo, em sua Epístola aos Romanos, a nos transformarmos, renovando nossa mente.