"Evangelização que não parte do Espírito Santo é falsa". Esta foi a exortação do bispo da prelazia do Marajó (PA), Dom José Luis Azcona, para cerca de 150 padres, na quarta-feira, dia 25, em Cachoeira Paulista (SP). Baseado nas palavras do Papa Paulo VI, o bispo afirmou que "o mundo precisa mais de testemunhas e profetas do que mestres e doutores".
Citando a Encíclica Evangelii Nuntiandi, que trata da evangelização no mundo contemporâneo, Dom Azcona criticou o pelagianismo no clero. Atitude na qual o padre pensa que por si só, sem o Espírito Santo, pode ter sucesso na evangelização.
"As técnicas da evangelização são boas, obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada faz sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E, ainda, os mais bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem ele, em breve se demonstram desprovidos de valor", proclamou.
"Programa de pastoral diocesana sem Ele [o Espírito Santo] são desprovidos de valor. Quantos programas, trabalho de pastoral orgânica sem valor", lamentou.
O bispo indicou que a "falsificação da Palavra" acontece quando se evita colocar a cruz de Cristo como objetivo único da vida do cristão e do sacerdote. "Não se pode ter vergonha de falar claramente da palavra da Igreja sobre planejamento familiar, sexualidade, pois o povo não tem um discurso claro. Num contexto super erotizado, colocar o que pensa Deus", declarou.
Liberto de ideologias
Grato a Deus por ter sido liberto do marxismo e da neurose, Dom Azcona testemunhou que aos 41 anos de idade foi a um retiro de oração no qual ouviu insistentemente uma voz interior: "Tu não me amas e não amas a ninguém".
No dia, o bispo questionou como seus sofrimentos na defesa dos pobres não eram amor aos irmãos e suas penitências não eram amor a Deus, mas hoje reconhece: "Sofri perseguição pelos pobres, mas não amava os pobres. Era da minha ética e não nascia do coração de Jesus".
"Se Jesus e seu Espírito não tivessem tocado o meu coração eu seria um padre neurótico. Eu ia na direção do marxismo, vivia com padres que tinham a carteira do partido comunista espanhol. Deus foi misericordioso comigo", contou.
O pregador completou dizendo que na época já era doutor em teologia, mas ainda não tinha tido uma experiência com o Espírito Santo. "Durante muitos anos como religioso eu não sabia o que era o Espírito Santo. Eu era doutor em teologia, mas não tinha experiência com o Espírito Santo. A gente constata que muitos padres tão pouco têm tido essa experiência do Espírito Santo", reconheceu.
Promoção humana
Em sua pregação, Dom Azcona também conclamou os padres a atuarem na dimensão social de modo a expressar o amor de Jesus Cristo e não linhas ideológicas. "O mesmo Espírito Santo que nos faz rezar em línguas, que traz as curas é o mesmo que nos envia a evangelizar os pobres, a dar esperança aos que não têm apoio das nossas autoridades", indicou.
O bispo fez a segunda pregação do Encontro Nacional de Sacerdotes, que acontece dentro da programação do XXVI Congresso Nacional do movimento, até a próxima sexta-feira, dia 27, em todas as tardes, das 14h30 às 17h30.
O Congresso Nacional da RCC termina no sábado, dia 28, com a Santa Missa, às 11h30.
Adquira em nosso shopping:
.: Livro
A vida no poder do Espírito Santo
Márcio Mendes
.: Livro
Oração em línguas
Márcio Mendes