Os EUA e seus aliados acusaram nesta segunda-feira,22, a Coreia do Norte de ser um perigo para a região, depois de o país ter exibido seus avanços mais recentes no enriquecimento de urânio, mas o governo norte-americano disse que ainda está aberto a negociações.
O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Tae-young, esquentou os ânimos ao deixar entender a possibilidade de reposicionar armas nucleares táticas dos EUA em resposta a Pyongyang, mas seu ministério rapidamente procurou abrandar sua declaração.
A suposta identificação de mais de mil centrífugas no principal complexo nuclear norte-coreano parece confirmar que o país, que já possui uma bomba de plutônio, está a caminho de criar uma segunda fonte de material nuclear que poderia ser usado para a produção de bombas.
Tudo isso acontece justamente quanto Pyongyang está pressionando as potências regionais a retomar as negociações sobre seu programa de armas atômicas — que representa praticamente seu único trunfo de barganhas junto ao mundo externo.
"Esta é a mais recente em uma série de medidas de provocação da RDPC. É um problema muito difícil, com o qual estamos nos esforçando para lidar há 20 anos", disse a repórteres em Seul o enviado dos EUA Stephen Bosworth, referindo-se à Coreia do Norte por sua sigla.
"Não é uma crise; não estamos surpresos," disse Bosworth, que está na primeira escala de um giro pelo leste da Ásia. "Minha bola de cristal está turva, mas eu jamais declararia que qualquer processo está morto," respondeu, indagado sobre as negociações entre seis países. "Temos a esperança de conseguir ressuscitar as conversações."
Os supostos avanços nucleares norte-coreanos, incluindo a construção de um reator de água leve, vieram à tona quase dois meses depois de Kim Jong-il iniciar a transição de seu filho mais jovem, Kim Jong-un, ao poder. Analistas dizem que Kim quer usar o poderio nuclear para reforçar as credenciais de seu filho junto aos militares.
Washington se preocupa particularmente com a possibilidade de a Coreia do Norte, cuja economia devastada depende há muito tempo das exportações de armas, vender materiais para a produção de armas nucleares a outros países. Pyongyang já fez dois testes nucleares, e acredita-se que possua material físsil suficiente para produzir várias ogivas nucleares.
A agitação mais recente em torno das ambições nucleares de Pyongyang surgiu depois de o cientista Siegfried Hecker, da Universidade Stanford, ter declarado no fim de semana que mais de mil centrífugas lhe foram mostradas este mês durante visita ao complexo nuclear de Yongbyon. A Coreia do Norte disse que as centrífugas são operacionais.
É impossível verificar as afirmações norte-coreanas, feitas primeiramente no ano passado, uma vez que inspetores nucleares internacionais foram expulsos do país no ano passado.
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