A Argentina está sofrendo com fortes chuvas que atingem o país nos últimos dias. Até a madrugada desta quinta-feira, 4, as autoridades tinham registrado 48 mortes em La Plata e identificado 24 corpos. Todos eram maiores de 50 anos, com exceção de um jovem de 21 anos. Na segunda-feira, 1º, à noite, uma forte chuva inundou 11 bairros de Buenos Aires, provocando a morte de oito pessoas.
A presidenta Cristina Kirchner decretou luto oficial até sexta-feira, 5, e o Papa Francisco enviou mensagem de solidariedade aos seus compatriotas. Ele disse estar profundamente triste com a notícia dos graves danos causados pela chuva torrencial dos últimos dias e pediu solidariedade e caridade com as vítimas.
As duas tempestades surpreenderam as autoridades pelo volume de água em pouco tempo. Quase 3 mil pessoas foram retiradas de La Plata, cidade argentina a 50 quilômetros da capital, Buenos Aires, mas muitas tiveram que passar a noite nos telhados e nas árvores, até serem resgatadas no dia seguinte. A forte chuva dificultou o trabalho da Defesa Civil, que não podia usar helicópteros nas primeiras horas e só podia socorrer as vítimas com botes. Em alguns casos, o socorro chegou tarde.
À medida que as águas começaram a baixar, nessa quarta-feira, 3, a Defesa Civil encontrava mais corpos. O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, anunciou, de manhã, que havia pelo menos 25 mortos na “tragédia sem precedentes”. À noite, o número havia praticamente duplicado: as autoridades confirmaram 48 mortes, mas avisaram que as buscas continuam.
“O estranho é que as duas tempestades pegaram todos de surpresa. Como é que o serviço meteorológico foi incapaz de antecipar o dilúvio aqui em La Plata, depois da tragédia que acabava de ocorrer em Buenos Aires?”, perguntou o arquiteto Alberto Frankevich, morador do bairro de Tolosa – um dos mais afetados pela enchente.
Cristina visitou La Plata na tarde dessa quarta-feira, 3, e prometeu ajuda para reforçar a segurança e evitar saques aos supermercados. Cerca de 400 policiais foram destacados para patrulhar as ruas. Em Buenos Aires, a situação é mais tranquila, mas 11 bairros continuam sem luz e mais de 300 mil pessoas foram afetadas pela chuva.