Francisco usou sua mensagem de Páscoa para apelar a todos pela paz no mundo especialmente em regiões marcadas por grandes conflitos armados
Da redação, com Agência Ecclesia
O Papa Francisco fez neste domingo, 5, no Vaticano, um apelo à paz, em sua mensagem de Páscoa, recordando as vítimas das guerras, do terrorismo e das perseguições religiosas em vários países.
“Pedimos paz, antes de tudo, para a Síria e o Iraque, para que cesse o fragor das armas e se restabeleça a boa convivência entre os diferentes grupos que compõem estes amados países”, referiu, numa intervenção proferida antes da bênção ‘urbi et orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], na varanda central da Basílica de São Pedro.
Francisco exigiu que a comunidade internacional “ão permaneça passiva perante a “imensa tragédia humana” nesses países e “o drama dos numerosos refugiados”.
O Papa reforçou as suas preocupações em relação aos cristãos perseguidos por causa da sua fé, lembrando ainda todos os “que sofrem injustamente as consequências dos conflitos” em curso.
Segundo o pontífice, o terrorismo não pode ser justificado com motivos religiosos, porque “quem traz dentro de si a força de Deus, o seu amor e a sua justiça, não precisa de usar violência, mas fala e age com a força da verdade, da beleza e do amor” e com “a coragem humilde do perdão e da paz”.
Francisco falou também aos habitantes da Terra Santa; fez votos de que israelitas e palestinos retomem o processo de paz, “a fim de pôr fim a tantos anos de sofrimentos e divisões”.
“Suplicamos paz para a Líbia a fim de que cesse o absurdo derramamento de sangue em curso e toda a bárbara violência”, prosseguiu o Papa, que aludiu ainda à situação no Iémen.
Francisco saudou o acordo de princípio sobre o dossiê nuclear iraniano, alcançado em Lausana, esperando “que seja um passo definitivo para um mundo mais seguro e fraterno.
O documento celebrado entre os representantes do Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha prevê o fim das sanções econômicas que afetam o país asiático.
A intervenção do Papa pediu ainda a paz para a Ucrânia, a Nigéria, o Sudão do Sul, o Sudão e a República Democrática do Congo, lembrando em particular os jovens mortos na última quinta-feira, 2, numa Universidade de Garissa, no Quénia.
A mensagem pascal deixou uma oração “por quantos foram raptados, por quem teve de abandonar a própria casa e os seus entes queridos”.
O Papa referiu-se às vítimas da escravatura “por parte de indivíduos e organizações criminosas”, dos traficantes de armas “que lucram com o sangue de homens e de mulheres” e “dos traficantes de droga, muitas vezes aliados com os poderes que deveriam defender a paz e a harmonia”.
“Aos marginalizados, aos presos, aos pobres e aos migrantes que tantas vezes são rejeitados, maltratados e descartados; aos doentes e atribulados; às crianças, especialmente as vítimas de violência; a quantos estão hoje de luto; a todos os homens e mulheres de boa vontade chegue a voz consoladora do Senhor Jesus”, apelou.
Francisco sublinhou que a ressurreição de Jesus mostra aos crentes a humildade como “caminho da vida e da felicidade”.
“A proposta do mundo é impor-se a todo o custo, competir, fazer-se valer, mas os cristãos, pela graça de Cristo morto e ressuscitado, são os rebentos duma outra humanidade, em que se procura viver ao serviço uns dos outros, não ser arrogantes mas disponíveis e respeitadores”, enfatizou.