Às vésperas da visita do Papa

Em carta, Cardeal pede reconciliação para Mianmar

Bispo de Mianmar pede que nação volte suas atenções sobretudo aos mais jovens e aos pobres

Da redação, com Rádio Vaticano

O bispo Charles Bo pede mais atenção aos jovens e pobres de Mianmar / Foto: Reuters Reprodução

O arcebispo de Yangon, maior cidade de Mianmar, Cardeal Charles Bo, publicou uma carta na qual fala de reconciliação e reconstrução da nação na luta crônica contra a pobreza e o sofrimento que acomete a população, sobretudo os jovens e os mais pobres.

Dom Charles Bo ainda pede que a comunidade internacional entenda a situação pela qual seu país enfrenta, com múltiplos desafios em sua longa jornada pela paz e justiça após seis décadas sob rígido comando militar. “Pedimos que a comunidade mundial entenda os múltiplos desafios que Mianmar tem enfrentado e a necessidade de suporte que precisamos em nossa longa jornada em direção à paz e à justiça para todo nosso povo”, afirmou.

Um discurso livre de hostilidade e voltado ao bem comum é ainda outro ponto defendido pelo bispo asiático. “Nenhuma religião promove o discurso de ódio”, disse o cardeal, que ainda pediu que os líderes religiosos lancem mão dos conceitos budistas de “Metta” (“bondade amorosa”) e “Karuna” (“compaixão pelos outros”).

Ainda sobre o sofrimento dos mais frágeis, Dom Charles Bo lembrou os desafios os impostos à população de Yangon, que sofre com trabalhos escravos e violência em áreas de conflito. “Nós, como nação, precisamos voltar as atenções para alguns de nossos maiores desafios: a pobreza que acomete a maior parte da população dos cidadãos de Mianmar, o sofrimento de milhões dos nossos jovens, que são ameaçados pelo trabalho escravo moderno por países próximos que vivem em situação de risco, os conflitos não resolvidos em outras áreas, a ameaça de drogas nas áreas fronteiriças. Precisamos ouvir o choro silencioso dessas pessoas”, advertiu.

Por fim, Dom Charles Bo clamou para que todos se unam em torno de uma causa em comum: a paz em Mianmar. “Vamos dar início a um diálogo de reconciliação. Vamos nos unir em torno de um diálogo de reconstrução desta terra de ouro. Deixemos Metta e Karuna serem nossos olhos. Deixemos nossas línguas proclamarem o amor por todas as coisas vivas. Vamos deixar a jornada de cura ter início agora. É hora de todos nós acabarmos com o discurso de ódio”, finalizou.

O Papa Francisco visitará Mianmar e Bangladesh de 28 de novembro a 2 de dezembro. A acolhida oficial ao Santo Padre acontecerá no aeroporto de Yangon, por volta das 13h30 (horário local).

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