Sinodalidade

Em audiência no Vaticano, Papa pede solução justa para tragédia na Síria

Papa recebeu em audiência membros do Sínodo da Igreja greco-melquita; na ocasião, falou sobre testemunho, fofocas e a guerra na Síria

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Foto: Daniel Ibanez – CNA

Nesta manhã desta segunda feira, 20, o Papa Francisco recebeu em audiência os membros do Sínodo da Igreja greco-melquita e dirigiu-lhes algumas palavras de acolhida e incentivo. Além de agradecer a presença do Bispo Georges Kahhale na audiência, recordou experiências pessoais vividas pelos dois ainda em Buenos Aires, quando Francisco era arcebispo.

No discurso, Francisco agradeceu pela oportunidade da realização do Sínodo dos Bispos da Igreja Patriarcal de Antioquia dos Greco-Melquitas em Roma, junto dos túmulos dos santos Apóstolos Pedro e Paulo e de tantos mártires que deram a vida por fidelidade a Jesus. “No nosso tempo, numa sociedade que algumas análises definem como “líquida”, com laços leves que multiplicam a solidão e o abandono dos mais frágeis, a comunidade cristã deve ter a coragem de testemunhar o nome de Cristo, autor e aperfeiçoador da nossa fé”, afirmou o Papa.

As Guerras na Síria 

Ao falar sobre a Síria, país do território da Igreja Grego-Melquita, o Pontífice recordou da calamidade que ainda vive aquele país e toda a região. “Lembro-me, no primeiro ano do meu pontificado, quando se preparou um bombardeio na Síria, que convocamos uma noite de oração aqui, na Basílica de São Pedro. Havia também muçulmanos, que trouxeram seus tapetes e rezaram conosco. E nasceu aquela expressão: “Amada e atormentada Síria”.

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Ao partilhar sobre os atendidos sírios, Francisco se recordou de um jovem que tinha perdido a esperança em ver o seu país livre da guerra. “Não podemos permitir que nem a última centelha de esperança seja removida dos olhos e corações dos jovens e das famílias! E, portanto, renovo meu apelo a todos aqueles que têm responsabilidades, tanto no país quanto na comunidade internacional, para que seja alcançada uma solução equitativa e justa para a tragédia na Síria.”

A preocupação com o testemunho 

Dirigindo-se diretamente aos bispos, o Santo Padre refletiu acerca de como a Igreja e os próprios bispos tem levado o testemunho. “Heroico sim, generoso, mas sempre necessitado de ser colocado à luz de Deus para que seja purificado e renovado.” Francisco, frente à postura sinodal que a Igreja estará vivendo, pediu que cada presente pensasse pessoalmente sobre suas ações, se andam conforme a Igreja Universal. A capacidade de viver em comunhão, em oração e unidade com o Patriarca, Bispos, presbíteros e diáconos, com religiosos e religiosas, e com os fiéis leigos.

Francisco encorajou-os a exercerem com grande sabedoria as  próprias competências e finalizou exortando-os sobre a fofoca. “Cuidado com a tagarelice. Por favor, se um tem algo a dizer ao outro, diga na cara, com caridade, mas na cara. Como homens. Optem sempre pela correção fraterna. Nunca fofoque, isso não se faz. Este é um verme que destrói a Igreja. Sejamos corajosos. Não sejamos motivos de escândalos. Quando falamos mal do outro, o povo se escandaliza. Dizem: olhe para os padres, para os bispos, eles se descascam! Eu recomendo: o que você tem a dizer, sempre na frente do interessado”, finalizou.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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