País asiático conta com 130 grupos étnicos diferentes, muitos deles em conflito com o governo por décadas
Da redação, com Rádio Vaticano
Kofi Annan, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), encontrou-se com o Papa Francisco no início deste mês para discutir problemas globais, incluindo as crises humanitárias que assolam Mianmar.
O Papa estará em Mianmar neste domingo, 26, em sua primeira visita ao país asiático ― que era conhecido como Burma. O país emergiu de mais de meio século de um regime militar, e conta com mais de 130 grupos de diferentes etnias, em que a maior parte vive em conflito com governo há décadas.
Sobre a visita do Santo Padre, Annan acredita que será uma oportunidade para que Francisco ofereça ajuda aos mais necessitados. “Ele dará voz aos que não têm”, afirmou o ex-secretário-geral da ONU. “Vamos celebrar a diversidade e aceitar que o que nos une é muito mais importante do que o que nos divide, divisões e ódio que alguns sentem. Espero que a mensagem do Papa a Mianmar ressoe alto e claro”, disse.
Falando sobre seu papel como presidente de uma comissão consultiva no estado do norte de Rakhine, em Mianmar, Annan afirmou ter apresentado algumas recomendações. “E se elas forem aplicadas da maneira como esperamos, podem resolver diretamente a raiz da causa desses conflitos”, afirmou. O governo aceitou o relatório, bem como outras organizações. “Precisamos construir um roteiro, com base nas recomendações, e trabalhar em conjunto para implementá-lo”, reiterou.
Auxílio humanitário
Sobre a violência entre as diversas etnias em Mianmar, Annan foi categórico: isto tem que acabar. “Temos que parar esta violência, acabar com o êxodo, precisamos acalmar a situação e conseguir trabalhadores humanitários quem cheguem aos mais necessitados e então trabalharmos com o governo para criar um ambiente de segurança”, afirmou o ex-secretário-geral da ONU.