O Provincial dos Carmelitas Descalços no Líbano, padre Raymond Abdo, pediu ajuda para que os cristãos não se sintam forçados a abandonar o Oriente Médio, porque é necessário que eles deem testemunho da fé nesta parte do mundo.
Em declarações divulgadas nesta terça-feira, 22, pela associação católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o sacerdote disse que é difícil convencer os cristãos a permanecer no Oriente, pelo perigo e porque não veem um futuro para suas famílias. O padre Abdo assinalou que, com seu exemplo, quer testemunhar que "é possível ficar" nesta região.
Ele recordou que os primeiros missionários que anunciaram o Evangelho morreram pelas mãos dos pagãos e, portanto, faz parte do cristianismo "anunciar o Evangelho com a própria vida".
"Pode-se sofrer e podem haver dificuldades, mas quando as pessoas estão unidas a Cristo, dá-se testemunho Dele e se infunde esperança nos demais. Nós também infundimos esperança nos muçulmanos e em outras comunidades, porque sem nós não teriam a oportunidade de conhecer a Cristo", afirmou, ao indicar que a ordem dos Carmelitas se esforça por motivar os fiéis a criarem empregos e a permanecer no Líbano.
O sacerdote alertou que no Irã e nos países do Golfo chega dinheiro de pessoas interessadas em comprar os terrenos dos cristãos, e isso deverá ser evitado.
Entretanto, explicou que há sinais de esperança porque a sociedade libanesa é tolerante, e nas escolas e universidades católicas existe um bom diálogo com os muçulmanos.
Há 40 anos, Líbano era o único país do Oriente Próximo (ou Sudoeste Asiático) com uma maioria cristã de 70%. Atualmente, os cristãos só representam 45% da população.